crítica
Polanski mostra 'noir' magnífico e exacerbado em 'Chinatown'
Divulgação | ||
O ator Jack Nicholson em cena do filme 'Chinatown' |
Nos anos 1970, quando vigorava nos EUA um espírito de nostalgia, "Chinatown" (1974, Paramount, 13h55, 12 anos) até poderia ser visto como mera retomada do "film noir". Com efeito, a intriga que envolve o detetive J.J. Gittes remete aos anos do pós-guerra.
O roteiro de Robert Towne tem todas as tintas do gênero: pessoas que contratam o detetive só para enganá-lo, mulheres fatais, sujeitos sórdidos por trás de tudo.
Ao contrário do "noir" clássico, aqui há cores. Mas as cores de John Alonzo são mortiças, como que anunciando não o renascimento, mas o final de um ciclo. E a direção de Roman Polanski consegue trazer ao ar da Califórnia algo de fétido, de corroído.
O ritmo de Gittes também parece outro em relação aos antigos detetives: é mais lento, como se se movesse num pântano. O "noir" aqui é exacerbado e magnífico.
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