Precursor da nouvelle vague, cineasta Alexandre Astruc morre aos 92 anos
O cineasta e escritor francês Alexandre Astruc, um dos pais espirituais da nouvelle vague, morreu na madrugada desta quinta-feira (19) em Paris, aos 92 anos, anunciou a família.
Figura do Saint-Germain-des-Prés pós-guerra e teórico da "caméra-stylo" (câmera caneta), que considera o cinema como o equivalente da literatura, hesitava em definir a si mesmo como "um cineasta que escrevia livros ou um escritor realiza filmes".
Nascido em 13 de julho de 1923, em Paris, o jovem Astruc, entusiasta da matemática, foi contagiado pela literatura e passou a escrever artigos para periódicos durante os anos sombrios da ocupação alemã.
Após a Libertação, conheceu os escritores Jean-Paul Sartre e Albert Camus, a cantora Juliette Greco, e se encantou com Robert Bresson, Roberto Rossellini, Alfred Hitchcock e Orson Welles, futuros cineastas da Nouvelle Vague.
Martin Bureau/AFP | ||
O diretor Alexandre Astruc durante o Festival de Cannes de 2011 |
Astruc alternou filmes, romances e ensaios: "Confluences", "Poésie 44" ou "Les Vacances", publicado em 1945, são o prelúdio para "Le rideau cramoisi", uma adaptação cinematográfica de Barbey d'Aurevilly.
Em 1954, dirigiu "Les mauvaises rencontres", elogiado por François Truffaut, e assinou duas adaptações, "Une vie" de Maupassant (1961) e "L'éducation sentimentale" (1961) de Flaubert.
Ele foi o precursor da "política dos autores" liderada por François Truffaut, Jean-Luc Godard e Claude Chabrol.
Na década de 70, Astruc foi para a televisão, apresentando um documentário sobre Sartre, "Sartre par lui-même" (1976) e filmes de TV de Edgar Allan Poe ou Balzac.
Retornando à escrita, publicou recentemente "Le roman de Descartes" (1989), uma antologia de seus textos críticos, e sua memórias em "Le montreur d'ombres" (1996).
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