Em livro, Mauricio Stycer reúne reflexões para quem vê e faz TV
Na capa do livro "Adeus, Controle Remoto", do repórter, crítico do UOL e colunista da Folha Mauricio Stycer, está escrito: "Uma crônica do fim da TV como a conhecemos". Uma definição bem adequada para seu conteúdo.
O volume, que será lançado nesta segunda (23) em São Paulo, é uma seleção de textos publicados na coluna dominical que o jornalista assina na "Ilustrada" desde 2012.
"A vontade de fazer o livro está ligada à percepção de que há muito ainda para discutir sobre como a inclusão digital vai mudar o consumo de TV no Brasil", explica Stycer.
"É um processo irreversível. Os textos que escrevi sobre o assunto, além do material inédito incluído, levantam várias das questões envolvidas nisso e apontam aonde devem ir o mercado e os consumidores."
Divulgação | ||
O colunista da Folha Mauricio Stycer |
O autor explica que o título faz menção à morte do hábito de 'zapear': com os efeitos da revolução digital no consumo de TV, hoje assistimos apenas ao que queremos, onde queremos (tablet, smartphone, laptop etc.) e na hora em que queremos.
Stycer escreve regularmente sobre TV há oito anos e, desde 2010, todos os dias no UOL. Em 30 anos de jornalismo, trabalhou nos jornais "O Estado de S. Paulo" e "Lance!" e nas revistas semanais "Época" e "Carta Capital", além de passagens anteriores pela Folha.
Revirando jornais velhos, encontrou críticas de TV que escreveu no "Jornal do Brasil" no final de 1985. "O interesse sempre existiu. Mas, a partir do momento em que passei a ter blog sobre vários assuntos, percebi a atração maior pela discussão sobre televisão."
Stycer diz que via um traço multifacetado em seu trabalho, mas na organização do material para o livro afirma ter encontrado uma lógica.
Ele detectou temas recorrentes, como a crise das novelas, a relação entre TV e internet. A repetição dos assuntos ganhou sentido quando estruturada em livro.
Segundo ele, a incapacidade de resolver alguns problemas dá um caráter atemporal ao livro, como a busca de soluções para a teledramaturgia. Os textos se concentram nos três últimos anos, mas ele resgatou um que escreveu há seis, sobre a crise das novelas.
Stycer diz que a situação tem a ver com o desenvolvimento extraordinário de séries estrangeiras, que ensinam a ver TV de uma outra forma.
"Mais gente assiste à TV paga, e os canais abertos também exibem séries boas. 'Mad Men', na Cultura, 'Breaking Bad', na Record, e 'Homeland', na Globo. Há novelistas mimetizando essas séries."
Um dos capítulos é dedicado a discutir a própria crítica de televisão. Nessa parte do livro, inteiramente inédita, o jornalista expõe as peculiaridades desse ofício, "uma vez que todo brasileiro é exposto à TV desde criança".
Adeus, Controle Remoto |
Maurício Stycer |
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Segundo o carioca, seus textos que falam sobre a programação dos canais abertos têm mais repercussão do que aqueles que comentam o conteúdo da televisão paga. "No Brasil há muita divulgação sobre TV, mas pouca reflexão. Sinto que quem faz TV no país está sedento por interlocutores."
ADEUS, CONTROLE REMOTO
AUTOR Mauricio Stycer
EDITORA Arquipélago Editorial
QUANTO R$ 44,90 (256 págs.)
LANÇAMENTO segunda (23), às 19h, na Blooks Livraria, shopping Frei Caneca, r. Frei Caneca, 569
Livraria da Folha
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