crítica/filme na tv
'Sinfonia da Necrópole' mostra talento e inovação de diretora
O que faz de "Sinfonia da Necrópole" (2014, 12 anos, Canal Brasil, 19h30) um acontecimento bem particular começa na proximidade irônica do título: foram muitas as "sinfonias da metrópole" ali por volta de 1930.
Eram celebrações do crescimento das cidades. Hoje as coisas se inverteram: a falta de lugar para todos é óbvia, de onde decorre a especulação imobiliária. O ponto de partida do musical de Juliana Rojas é, justamente, essa suposição: o que fazer se, para os mortos, também faltar lugar? A especulação transfere-se para os cemitérios...
Essa demonstração por absurdo do que existe de doentio no crescimento das metrópoles (São Paulo, onde se passa o filme, em especial) é feita com originalidade e talento por Juliana Rojas, e serve para lembrar que existe, por vezes, muita inteligência nos cineastas que começam a fazer filmes no Brasil.
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