CRÍTICA
'Nós Duas Descendo a Escada' emociona menos do que poderia
Divulgação | ||
Miriã Possani em cena de "Nós Duas Descendo a Escada" |
"Nós Duas Descendo a Escada", diz o material publicitário, é a primeira comédia romântica brasileira protagonizada por duas mulheres.
Mas, para além da representatividade, sempre bem-vinda e necessária, este longa escrito e dirigido por Fabiano de Souza ("A Última Estrada da Praia") não é plenamente bem-sucedido.
Alternando tiques habituais do cinema gaúcho contemporâneo com uma bela e intensa história de amor, "Nós Duas Descendo a Escada" emociona menos do que poderia, apesar do ótimo trabalho das atrizes, Miriã Possani e Carina Dias.
No início é como "Azul É a Cor Mais Quente", de Abdellatif Kechiche, com cenas de sexo entre Adri (Possani) e Mona (Dias). Depois lembra "Amores Urbanos", a surpreendente estreia de Vera Egito no longa-metragem.
A semelhança com o filme de Kechiche não está só no erotismo homossexual feminino visto por um olhar masculino, mas também na impressão de que as duas atrizes mereciam uma direção mais criteriosa.
Para além da referência ao "Nu Descendo a Escada", de Marcel Duchamp, trata-se de uma obra de cinéfilo. Tem alusões a filmes de Godard, a "Casablanca", a longas de Arnaldo Jabor, entre outras. E uma homenagem a Carlos Reichenbach, falecido em 2012.
Alguns momentos são fortes, como a despedida no aeroporto —o choro da pessoa amada é uma das coisas mais tristes do mundo. Mas no geral o filme é bem irregular.
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