Gordon-Levitt busca motivações de Snowden em filme de Oliver Stone
Quando o veterano cineasta Oliver Stone estava elencando um ator para interpretar Edward Snowden, o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional Americana que escancarou programas de espionagem americanos, em um filme, disse ter convidado apenas uma pessoa: Joseph Gordon-Levitt.
"Não sei porque, ele apenas aparentava e agia como se fosse alguém daquela geração, com idade parecida e conhecimento de computação", disse Stone à Reuters em Los Angeles.
"Snowden", que teve sua estreia mundial na sexta (9) no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá, e chega aos cinemas brasileiros no dia 22 de setembro, figura Gordon-Levitt, 35, como Snowden por uma década.
Gordon-Levitt, que ficou famoso por seu papel em "Uma Família de Outro Mundo", disse que, ao interpretar Snowden, ele esperava entender suas motivações.
"Eu estava tentando entender por que ele fez o que fez, o que estava passando em sua cabeça", disse. "E uma pergunta que todos fazem é: 'por que ele simplesmente não divulgou suas preocupações por meio de canais adequados?"
O filme se passa durante os eventos de 2013, quando Snowden deixou os Estados Unidos, após expor o programa de espionagem em massa do governo ao jornalista Glenn Greenwald e à documentarista Laura Poitras.
O governo americano o processou por espionagem e Snowden recebeu asilo político na Rússia, onde mora desde então com sua namorada Lindsay Mills (interpretada por Shailene Woodley).
Gordon-Levitt disse ter se identificado com a desilusão de Snowden com o governo americano após assistir ao diretor de inteligência nacional James Clapper negar, antes de uma comissão parlamentar, que a NSA estava coletando gravações de milhares de cidadãos americanos.
"Se o diretor da inteligência nacional está sendo perguntando sob juramento por um senador, 'hey, o que está havendo?', e ele está mentindo, bom, então, o que um cara que trabalha na NSA conquistará reclamando através de canais oficiais?", indagou o ator.
Gordon-Levitt, que alega ter doado seu pagamento pelo filme à União Americana de Liberdade Civil, é fundador da HitRecord, um hub digital colaborativo de criação que reúne artistas ao redor do mundo.
Ele disse que tende ser otimista sobre novas tecnologias, mas o filme o deixou mais alerta sobre os aspectos negativos.
"Vale a pena ser otimista sobre todas essas coisas, mas provavelmente também vale a pena prestar atenção e considerar os lados negativos dessas novas tecnologias que estamos herdando", disse.
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