CRÍTICA
Comédia 'Virei um Gato' é fruto de crise criativa em Hollywood
Não é novidade que Hollywood atravessa a pior crise criativa de sua história. "Virei um Gato", de Barry Sonnenfeld, é fruto dessa crise.
Na trama, o magnata Tom Brand (Kevin Spacey) está prestes a inaugurar a maior torre dos EUA. Como sua vida é toda voltada ao trabalho, ele tem pouco tempo na companhia da esposa, Lara (Jennifer Garner), e da filha, Rebecca (Malina Weissman).
Mas o aniversário de Rebecca se aproxima, e ela pediu um gato de presente. Apesar de odiar os felinos, Tom vai a um pet shop disposto a se livrar da encomenda.
Divulgação | ||
Kevin Spacey em sua encarnação felina em 'Virei um Gato' |
Acontece que o dono desse pet shop, Felix (Christopher Walken), tem poderes mágicos e, após um acidente causado por um adversário na empresa, Tom tem sua alma transferida para o corpo do gato que comprou para a filha.
Estamos diante de três façanhas. A primeira diz respeito a Sonnenfeld. Nunca foi um grande diretor, mas fazia filmes razoáveis, como "A Família Adams".
Aqui, num momento constrangedor, desperdiça o talento de Walken e Spacey e as possibilidades da premissa inicial em cenas lastimáveis.
A segunda façanha é fazer um filme familiar, especialidade em Hollywood desde as comédias de Chaplin, sem uma única coisa que preste.
Por fim, filmes com animais domésticos formam um subgênero agradável do cinema censura livre. Com gatos protagonistas, a fábrica de sonhos já não funcionava tão bem. Nada, contudo, tão vexatório quanto "Virei um Gato".
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