Joe Perry, do Aerosmith, diz que toca melhor com suas botas de estimação
O fim do grupo Aerosmith já vem sendo discutido entre os membros, conta o guitarrista Joe Perry, 66, em entrevista à Folha.
"Não sei por quanto tempo conseguiremos tocar da maneira como ainda tocamos", afirma.
Por ora, no entanto, ele não pretende pendurar as botinas. É que, nos shows, Perry mantém uma superstição: usa sempre as mesmas botas.
"Quando subo ao palco sem elas, acabo sentindo que toquei abaixo do que eu poderia. Por isso, podem reparar, minhas botas não mudam."
Embora ele soe reticente quanto ao rompimento, o fim do Aerosmith é tema recorrente em entrevistas dos roqueiros.
Em junho, o vocalista Steven Tyler, 68, anunciou que o grupo faria uma turnê de despedida em 2017. A notícia coincidiu com o lançamento de seu primeiro disco solo, "We're All Somebody From Somewhere".
No mês passado, foi a vez do baterista Joey Kramer, 66, admitir, em entrevista à revista "Rolling Stone", que a ideia está sendo analisada.
Os problemas de saúde de Perry não ajudam: em julho, ele passou mal e desmaiou antes de um show com sua banda paralela, o Hollywood Vampires.
"Eu ainda me surpreendo com o fato de estarmos juntos", diz o guitarrista.
Mas, por enquanto, não há nada oficial sobre a turnê de despedida. Até o final do ano, o Aerosmith só tem shows marcados na América Latina com a turnê Rock n' Roll Rumble.
Porto Alegre (11/10), São Paulo (15/10) e Recife (21/10) estão na rota da turnê, sendo que os dois primeiros shows estão com ingressos esgotados. No ano que vem, a banda virá de novo para o Rock in Rio.
Tocar no país não é uma novidade na extensa carreira do Aerosmith, que atravessa a quinta década e contabiliza 15 álbuns de estúdio.
PERRY OU PEREIRA?
Para o guitarrista, visitar o Brasil tem um quê especial. O Perry de seu sobrenome é uma adaptação do sobrenome Pereira. O avô dele era um imigrante português e o músico diz ver muito de sua cultura no Brasil.
"Demorou demais para irmos pela primeira vez", diz, por terem estreado em solo brasileiro apenas em 1994. "Mas, depois disso, o país se tornou um dos meus lugares favoritos para tocar."
O profissionalismo de Perry, segundo o próprio, impede que os muitos anos de estrada pesem na hora de se apresentar. "A cada show, você tem que pensar que alguns só terão aquela chance de ver o Aerosmith ao vivo. Então, dane-se, esqueça que você já fez aquilo muitas vezes."
O espírito profissional é o que manteve a formação da banda praticamente intacta ao longo dos anos, algo raro no rock. Para o músico, foi essencial separar vida pessoal de assuntos do Aerosmith. "Procuramos manter as coisas frescas e excitantes. Não dá para reinventar a roda, mas há sempre o que melhorar."
ROCK N' ROLL RUMBLE - AEROSMITH STYLE 2016
QUANDO 11/10, em Porto Alegre (esgotado); 15/10, em São Paulo (esgotado); e 21/10, em Olinda
ONDE Beira-Rio (RS), Allianz Parque (SP) e Classic Hall (PE)
QUANTO R$ 250 a R$ 1.200, em ingressorapido.com.br
Livraria da Folha
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