Crítica
Longa de terror abusa das velhas fórmulas para assustar
Uma das maiores características do cinema contemporâneo é a relação entre filmes, muitas vezes como o resultado óbvio da aplicação de fórmulas de sucesso. Por isso é difícil um filme hoje não remeter a outro (ou a outros).
Nesse sentido, podemos pensar em "A Floresta da Maldição", de Corin Hardy, como uma mistura de "Uma Noite Alucinante" (1983), de Sam Raimi, com "O Homem de Palha" (1973), de Robin Hardy (a semelhança dos sobrenomes é só acidental) e "Vampiros de Almas" (1956), de Don Siegel.
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Clare Hitchens (Bojana Novakovic) passa por maus bocados em 'A Maldição da Floresta' |
Do primeiro, a floresta como um território com seus segredos e maneiras de se proteger do humano, eterno predador. Do segundo, o contato com crenças e costumes de outra ordem e a dificuldade em aceitá-los. Do terceiro, a ideia de substituição de pessoas por réplicas.
Na trama, um botânico, sua esposa e o pequeno bebê Iggy saem de Londres para morar em uma casa isolada perto de uma floresta irlandesa.
Ao pesquisar a constituição das árvores em um território sagrado, ele provoca entidades que irão exigir o bebê em troca da violação de suas posses. Essas entidades agem no escuro, e procuram ludibriar as pessoas substituindo-as por réplicas sem alma.
A certa altura, um duplo do bebê é criado para iludir os personagens. Desnecessário dizer que nós, espectadores, também nos perguntamos qual é o bebê verdadeiro.
A direção de Hardy não é ruim. Mas abusa da velha estratégia de apelar para sustos, como se estivéssemos num parque de diversões. Isso faz com que o filme empalideça perto de seus modelos.
Pode-se dizer que é justamente esse o maior problema do cinema contemporâneo. Ao promover encontros com filmes do passado, provoca também comparações que só servem para explicitar a fragilidade da maior parte dos longas de hoje.
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