Vereador apresentará relatório para evitar omissões na CPI do Municipal
O vereador Ricardo Nunes (PMDB) apresentará voto em separado na CPI do Theatro Municipal, que será concluída nesta quinta-feira (20) com a apresentação do relatório da investigação.
O voto em separado é um documento em manifestação de discordância ao relatório produzido pela comissão, cujo relator é o vereador Alfredinho (PT). Se aprovado em votação, o relatório de Nunes pode se tornar o relatório final da CPI.
Suamy Beydoun/Futura Press/Folhapress | ||
Vereadores durante sessão CPI do Theatro Municipal, na Câmara Municipal de São Paulo |
A CPI do Theatro Municipal foi criada em junho deste ano, após a constatação, pela Controladoria Geral do Município e pelo Ministério Público, de irregularidades na administração do teatro entre 2013 e 2015.
Quando a CPI foi criada, as investigações já haviam identificado um rombo de R$ 15 milhões nas contas da casa. Dois diretores administrativos do teatro, José Luiz Herencia e William Nacked, assumiram participação no esquema e fecharam acordo de delação premiada no Ministério Público.
Segundo nota da assessoria de Nunes, "as informações coletadas [pela CPI] iriam contra a gestão Fernando Haddad (PT), diretamente ligado ao partido do relator Alfredinho". O voto em separado foi redigido "para evitar" omissão de dados da investigação.
Um dos focos da CPI é o secretário de comunicação de Haddad, Nunzio Briguglio Filho. Ele é investigado por interferir em negociações de um espetáculo que não estreou, apesar dos gastos de cerca de R$ 1 milhão com a produção. Briguglio diz que o empenho no projeto aprovado tinha como razão promover a imagem internacional de São Paulo.
O espetáculo não teria estreado, segundo o Municipal, porque não foi captado o restante dos recursos necessários. Os gastos, porém, não foram restituídos.
Além de reiterar suspeitas sobre Briguglio, o relatório de Nunes identifica outras irregularidades, entre elas a contratação do maestro John Neschling pelo Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, a organização social que administra o Municipal.
Nunes aponta que o estatuto da Fundação Theatro Municipal não permite que o diretor artístico da casa acumule também a função de regente. Além do salário de R$ 150 mil, Neschling recebia por regências, que eram programadas por ele mesmo.
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