Eliminado do 'X Factor', Eli temia perder bolsa de estudos na faculdade
Eliminado do "X Factor" (Band) na última segunda (24), o cantor paulista Eli dizia, antes de subir ao palco, que entrou no programa porque não tinha nada a perder.
Estudante de jornalismo, ele abandonou a faculdade e o emprego como recepcionista em uma escola de inglês para disputar um contrato com a gravadora Sony na atração. "A gente está feliz porque está sendo exposto, sendo visto", ele comenta, apostando que "lá na frente" será recompensado pelo esforço.
Sacrifícios são comuns nas histórias dos participantes da atração. Segundo os concorrentes, eles não recebem cachê ou participação nos valores pagos por merchandising exibidos enquanto estão no programa. Para estar lá, abrem mão dos próprios empregos e dos estudos —como Eli. "Acredito que perdi a bolsa na faculdade. Eles não quiseram trancar, nem aceitaram trocar minha matrícula. Até hoje não recebi resposta, acho que não deu certo", ele conta.
O cantor conversou com a Folha no camarim da atração, enquanto aguardava para colocar o figurino da noite de segunda. Nos bastidores, o clima parecia ser de cumplicidade entre os concorrentes, que brincavam entre si, cantavam e aproveitavam para retocar o visual. No estúdio, ao qual se chega atravessando um labirinto de corredores, a família (que precisa arcar com custos de viagem) e os fãs ocupam seus lugares para assistir ao show.
Diferente de quando estão a postos no palco: imóveis enquanto aguardam a canção começar, durante os segundos em que o canal exibe uma vinheta sobre a preparação de cada um, a tensão se percebe em cada instante de silêncio e concentração antes de soltar a voz.
No camarim que dividem, os jurados Rick Bonadio, produtor musical, e Di Ferrero, cantor, dizem se preocupar com aquilo a que cada participante precisou renunciar para estar na atração. Comentam, porém, que preferem não saber detalhes da história de cada um, para evitar influências sobre seus votos.
Cada jurado (Ferrero, Bonadio, Aline Rosa e Paulo Miklos) é responsável por uma categoria diferente. Respectivamente: homens (16 a 24 anos), adultos (acima de 25 anos), mulheres (16 a 24 anos) e grupos. A divisão do "X Factor", segundo o produtor musical, ajuda a lapidar e a divulgar diferentes estilos de talentos —diferente de outros programas do gênero.
Mais experiente entre os jurados, Bonadio já esteve nas bancadas do "Popstar" (SBT), "Ídolos" (Record) e "Fábrica de Estrelas" (Multishow). Do "X Factor", sairá com uma lição: não olhar com preconceito para carreiras de músicos com mais de 35 anos.
"Buscava gente talentosa e gente dentro dos padrões que temos na música. Encontrei algumas pessoas muito diferentes e duas me surpreenderam muito, mudaram uma regra que tinha na cabeça: se o cara passou dos 35 anos, não tem mais como fazer sucesso na música", diz Bonadio.
Christopher Clark, de 43 anos ("como esse cara não apareceu até hoje? Ainda acho que pode estourar"), que segue na competição, e Lia Chaves, 53 ("fiquei de queixo caído"), provaram que o produtor estava errado. "Hoje se aparecer demo de um cara de 55 anos, vou ouvir com outro espírito."
Transmitido às segundas e quartas, o "X Factor" desta quarta (26) exibirá performances ao vivo de mais 8 concorrentes —agora, são 13 finalistas; 3 deles serão eliminados pelo público.
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