Três anos após voltar à grade, MTV planeja novo prêmio e 'namoro na TV'
Há três anos na TV paga, a MTV tenta seguir tão jovem quanto seu público. Nos corredores da Viacom, rostos que aparentam estar entre seus 20 e 35 anos selecionam os videoclipes que vão ao ar, interagem com o público nas redes sociais e planejam como serão os realities, marca registrada da nova fase do canal.
Um dos principais programas é o "MTV Hits", que ocupa 2h30 min diários da programação e responde por 12% da audiência, segundo Tiago Worcman, vice-presidente da MTV na América Latina e no Brasil.
Desde que voltou ao ar, a MTV triplicou sua audiência e, em novembro, foi o 14º mais visto entre os canais por assinatura em seu público-alvo, de 18 a 34 anos. No ranking com o público em geral é o 40º -o Multishow, que apesar do enfoque em comédias populares é o concorrente mais direto na faixa musical- está na sexta posição.
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Maria Eugênia Suconic do reality show "Adotada", da MTV |
Em vez de VJs chamando os videoclipes, dois jovens (intencionalmente anônimos) ficam diante do computador postando no Twitter comentários e "memes" (piadas populares na internet) durante o "MTV Hits", que diariamente fica entre os assuntos mais comentados no Twitter.
"Não ter VJs era uma maneira de diferenciar [da antiga MTV]. Era o que todo mundo perguntava [se eles retornariam]", diz Worcman.
A emissora também não considera retomar, ao menos nos antigos moldes, o VMB, prêmio de música que fez história no país. "O mercado publicitário, hoje, não cobriria um prêmio tão caro."
O executivo, porém, afirma que o canal quer voltar a promover um prêmio. "Estamos pensando em como será, se em 2017 ou não. Não excluo [a hipótese], falta uma premiação no Brasil com o olhar da MTV."
ADOTADOS
A linha de reality shows é outra aposta do canal que deve continuar nos próximos anos. Estreias como a versão nacional de "Catfish" -programa documental sobre relacionamentos e perfis falsos na internet- colocaram a MTV no 2º lugar na TV paga entre seu público-alvo e também no topo dos assuntos mais populares nas redes.
O "Adotada" -criação original, em parceria com a produtora Formata- foi o único programa não roteirizado brasileiro a ser indicado ao Emmy Internacional neste ano.
Na atração, Maria Eugênia Suconic vive na casa de famílias desconhecidas -algumas delas, com personalidade oposta à da apresentadora.
Em 2017, o canal estreia a sua primeira ficção nacional: a série "Perrengue", sobre as dificuldades na transição para a vida adulta aos 25 anos.
Também está nos planos de Worcman uma reedição de um programa como o "Namoro na TV" -clássico capitaneado por Silvio Santos- na era de aplicativos de paquera. Em vez de pretendentes atrás de biombos, ele conta, os candidatos deslizam o dedo (gesto para "sim" ou não" em ferramentas como o Tinder) em uma tela.
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