CRÍTICA
Vin Diesel faz filme para ser assistido com o cérebro desligado
Em 2002, "Triplo X" teve alguma graça. Forte, feioso e canastrão, Vin Diesel se transformou em ídolo mundial no papel de um improvável rei de esportes radicais que passa a ser agente do governo americano. A versão anabolizada de James Bond.
Em 2005, uma sequência provou que tudo pode piorar. Ruim com Diesel, pior sem ele. Além do equívoco maior de escalar o rapper gorducho Ice Cube como herói de filme de ação. Um desastre.
Agora, com milhões de dólares na conta, arrecadados com a franquia "Velozes & Furiosos" (indo para o oitavo episódio), Diesel bancou "xXx", terceiro filme que tem como trunfo o retorno de seu personagem, Xander Cage.
Como os anteriores, é uma grande bobagem. Difícil classificá-lo como um filme ruim, porque é difícil chamar a coisa toda de "filme". Trata-se de um produto de entretenimento para ser consumido com o cérebro desligado.
Divulgação | ||
Vin Diesel volta à cena como o agente Xander Cage, musculoso rei dos esportes radicais, em 'xXx' |
O enredo traz Xander Cage de volta ao batente depois da morte de seu antigo chefe (Samuel L. Jackson). O agente precisa recuperar um aparelho roubado que interfere nos satélites mundiais.
Cage forma uma equipe casca-grossa com três pupilos. Logo descobre que os ladrões são integrantes do mesmo projeto Triplo X. Vira briga de cachorro grande.
A trama, pífia, só serve para emendar as cenas de lutas, perseguições e tiros. Os duelos eclodem em festas da pesada, entre som eletrônico, drogas e garotas seminuas.
Como produtor, Diesel reserva para seu personagem mulheres estonteantes e, algumas, letais. As lutas e tiroteios são plásticos, espetaculares até, mas sem emoção.
E o que mais dizer de um filme com Neymar no elenco? Em uma cena, o personagem de Samuel L. Jackson tenta convencer um jogador de futebol famoso a se tornar um agente. E Neymar foi escolhido, com poucas falas. Em outros países, astros locais podem ser encaixados na cena.
"xXx" é ruim como filme, mas recebe a avaliação "regular" como uma distração para assistir tomando um energético.
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