Grupos portugueses de hip-hop fazem rimas ingênuas no Rock in Rio
Zanone Fraissat/Folhapress | ||
Os grupos portugueses HMB, Virgul e Carlão fizeram show pouco memorável no palco Suntset |
A apresentação de artistas portugueses de hip-hop, que abriu a programação do domingo (17) no Rock in Rio 2017, teve mais vontade do que talento. Divertiu um público pequeno diante do Palco Sunset, mas nada memorável.
O grupo HMB e os rappers Virgul e Carlão estão acostumados a dividir shows na tímida cena portuguesa do gênero. O entrosamento era evidente e o acompanhamento de uma banda de verdade, com instrumentos, tornou o rap mais palatável.
Na verdade, o HMB é um grupo de funk, com alguns desvios para outros ramos da música negra. Unido ao hip-hop mais truncado de Carlão e Virgul, acabou fazendo uma salada de black music, com momentos irregulares.
O som parece quase sempre datado, simulando o funk festivo dos anos 1980. Lembrou às vezes Ed Motta e Conexão Japeri.
Entre as músicas, eles falaram de corrupção, se mostraram solidários aos problemas dos brasileiros com sua classe política e soltaram palavras de ordem, do tipo "Vocês estão prontos para a revolução?".
O problema é que o entusiasmo contestador parava um pouco nessas intervenções. Nas letras das músicas, muita ingenuidade, fazendo versos sobre brincadeiras com algumas pitadas de romantismo.
Quem assistiu ao show saiu acreditando que o hip-hop português ainda está no jardim de infância.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade