Os fatos e melhores lançamentos que marcaram o mundo dos livros em 2017
Dois mil e dezessete foi um ano em que, mais do que já seria o normal, a política tomou espaço no mundo dos livros -com falas emocionadas sobre o racismo, discursos inflamados contra a intitulada "ideologia de gênero" ou embates sobre o Brasil depois do impeachment.
Também foi um ano de grandes baixas —em que morreram Antonio Cândido, John Berger e Ricardo Piglia, entre outros.
O último, aliás, deixou seus diários para publicação, assinados com o pseudônimo Emilio Renzi —o primeiro volume é um dos melhores lançamentos de 2017, que ainda teve um inédito de Don DeLillo. Aqui você pode conferir as listas com o destaques do ano.
Fatos marcantes
→ Dona Diva Guimarães
A professora aposentada emocionou público e autores na Flip ao fazer um relato sobre o racismo em um debate
→ Editora Todavia
A nova casa fundada por ex-editores da Companhia das Letras iniciou suas atividades com um catálogo consistente
→ Nobel para Kazuo Ishiguro
Depois de causar polêmica ao escolher Bob Dylan, em 2016, o Nobel de Literatura foi para um ficcionista no sentido clássico da palavra
→ Inédito de Ariano Suassuna vêm à tona
'Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores', livro em que Ariano Suassuna (1927-2014) trabalhava havia décadas, chegou às livrarias. O livro, sobre o qual havia dúvidas se o autor tinha conseguido concluir, é a continuação do universo de sua obra clássica, o 'Romance D'A Pedra do Reino'
→ Prêmio Oceanos
Foi a primeira vez em que um dos principais prêmios literários nacionais passou a incluir autores de qualquer país, desde que escrevendo em português. A premiada foi Ana Teresa Pereira —e Maria Teresa Horta, a quarta colocada, recusou o troféu
→ Livraria Cultura e Fnac
Em 2017, surpreendeu o mercado a compra, pela Livraria Cultura, da operação brasileira da Fnac. A notícia pegou editores de sobressalto, porque a empresa brasileira vinha atrasando pagamentos -mas, em um relatório a investidores, a rede francesa contou ter injetado R$ 132 milhões na operação antes de pular fora. Ainda resta saber por quais mudanças o negócio da Cultura passará
→ 'Quatro Cinco Um'
Lançada em um ano em que o mundo dos livros parecia só registrar fatos negativos, a revista literária passou a trazer críticas e ensaios de fôlego
Polêmicas do ano
→ Judith Butler
A filósofa, que veio a São Paulo para uma palestra no Sesc, foi alvo de protestos de grupos conservadores. No dia da palestra, uma imagem dela chegou a ser queimada, e depois, no aeroporto de Congonhas, ela foi empurrada por uma militante. Ela comentou os incidentes em artigo exclusivo a Ilustríssima
→ Raduan Nassar vs. Roberto Freire
A cerimônia de entrega do Prêmio Camões a Raduan Nassar resultou em uma troca contundente de farpas entre ele e o então ministro da Cultura Roberto Freire. Após o autor chamar o impeachment de golpe, Freire sugeriu que ele não aceitasse o prêmio —o ministro foi vaiado pela plateia
Os melhores livros do ano
Anos de Formação - Os Diários de Emilio Renzi |
Ricardo Piglia |
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1 Os Diários de Emilio Renzi (Todavia), de Ricardo Piglia
2 Meu Coração Está no Bolso (Luna Parque), de Frank O'Hara
3 Noite Dentro da Noite (Companhia das Letras), de Joca Terron
4 A Cena Interior (34), de Marcel Cohen
5 Laços (Todavia), de Domenico Starnone
6 Zero K (Companhia das Letras), de Don DeLillo
7 A Coisa Mais Próxima da Vida (Sesi-SP Editora), de James Wood
8 A Marca do Z (Zahar), de Paulo Roberto Pires
9 Esta Vida (34), de Raymond Carver, tradução de Cide Piquet
10 Breve História de Sete Assassinatos (Intrínseca), de Marlon James
Livraria da Folha
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