Coutinho defende a formação de grandes grupos nacionais
O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, defendeu nesta terça-feira a formação de grandes grupos nacionais para que tenham mais capacidade de brigar no mercado global.
Ele ressaltou que não vê problemas no fato de o banco apoiar esse processo, como no caso da compra da Brasil Telecom pela Oi, mas lembrou que isso está condicionado à consistência empresarial das operações.
"Considerando o mercado competitivo e a aconomia aberta à competição global, é perfeitamente desejável que Brasil tenha sistema empresarial de capital nacional forte. E é desejável que a política apóie as empresas brasileiras e elas possam mostrar sua competência", afirmou, ressaltando que esse será um dos temas tratados na nova política de desenvolvimento industrial, prevista para ser divulgada no próximo dia 12.
Coutinho frisou que a busca pelo fortalecimento das empresas nacionais não significa discriminação ao capital estrangeiro ou "ficar contra o investimento de fora". Para ele, essa política valoriza o desenvolvimento, no Brasil, de atividades mais sofisticadas e industrialmente mais densas.
"Não há política nacionalista como objetivo porque o BNDES não fará operações que não tenham consistência empresarial. Se houver isso, e se o país tem empresas de capital nacional que tenham capacidade competitiva, e que mereçam o apoio do banco para competir com as empresas estrangeiras, não há nada de errado. Se o BNDES não apoiar as empresas nacionais, quem o fará?", observou.
O presidente do BNDES acrescentou que muitos países lutam para desenvolver empresas em setores que consideram importantes, que geram muitos efeitos positivos para o restante do sistema industrial. Ele citou como exemplo a resistência italiana à compra da Telecom Italia.
Coutinho criticou as políticas passadas que, segundo ele, criava mecanismos protecionistas exagerados ou subsídios fiscais, fabricando situações artificiais não-sustentáveis de desenvolvimento empresarial.
Ele defendeu a liberação de R$ 2,5 bilhões para a reestruturação do controle acionário do grupo Oi no processo de compra da Brasil Telecom, e garantiu que a utilização de recursos do BNDESpar (braço de participações do banco) não terá impacto nos recursos totais do BNDES. Segundo ele, a carteira do BNDESpar "está sempre em giro", e o banco está sempre vendendo e comprando participações.
"Se a operação se concretizar, significará redução da participação, mas por outro lado, com maior liquidez. Se eu quiser, no futuro, contribuir para a carteira do banco, terei mais liquidez na atual configuração [acionária]", explicou.
Coutinho exaltou a operação, afirmando que ela providenciou um "descruzamento societário de grande complexidade". Segundo ele, havia um grande nó, e a nova estrutura poderá acarretar um ganho qualitativo empresarial.
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