EUA têm projeto para impedir "fuga de cérebros" estrangeiros
Senadores democratas apresentaram ontem ao Congresso dos EUA um projeto de lei para conceder a imigrantes superqualificados 55 mil "green cards" --o documento que permite ao estrangeiro viver e trabalhar no país.
O alvo são mestres e doutores nas áreas de ciência, tecnologia, matemática e engenharia formados em universidades americanas.
Hoje, eles podem solicitar o visto H1-B, para profissionais que exercem funções não preenchidas por americanos. Mas são submetidos a uma cota anual de 20 mil, dentro de um limite de 65 mil documentos do tipo, e a um longo processo burocrático para converter o visto de estudante em visto de trabalho.
Se aprovada, a nova lei criará um projeto piloto de dois anos que mais do que dobrará a cota coberta pelo HB-1 (os documentos, porém, valerão além desse período).
Há contudo três condições: o solicitante precisa obter o título em uma universidade americana reconhecida, ter oferta de emprego nos EUA e seu contratador deve provar que não há um americano no mesmo nível para a vaga.
"Não faz nenhum sentido os EUA educarem os estudantes mais talentosos do mundo e, quando eles atingem seu potencial, chutá-lo para fora", escreveu o senador de Nova York Charles Schumer, um dos patrocinadores do projeto, em seu site.
"Deveríamos incentivar todos os imigrantes brilhantes e bem educados a ficarem, estabelecerem um negócio, empregarem americanos e alimentarem nossa economia."
Editoria de Arte/Folhapress |
Segundo Ian Koski, assessor do senador Chris Coons --o outro patrocinador do projeto-- a expectativa é que a votação ocorra somente no início do ano que vem.
"Ainda precisamos arregimentar apoio, e você sabe como o Congresso fica lento em ano eleitoral", disse Koski à Folha. Os americanos vão às urnas em 6 de novembro.
Mas outros dois projetos semelhantes --há variações sobre prazos e escopo-- foram apresentados na Câmara nos últimos dias por congressistas da oposição republicana, o que mostra que a questão dos imigrantes superqualificados está no topo da agenda dos dois partidos.
Tanto o presidente Barack Obama quanto seu oponente na disputa pela Casa Branca, Mitt Romney, incluíram planos semelhantes em suas plataformas eleitorais.
A oferta aos superqualificados é vista como um meio de estimular a economia do país e a inovação após cinco anos de crise reverterem a "fuga de cérebros", que por décadas trouxe aos EUA pesquisadores e empreendedores de países como China, Coreia, Índia, e recentemente e em menor escala, Brasil.
É também um raro ponto de consenso entre os dois partidos a respeito de uma eventual reforma do sistema de imigração, prometida por Obama e nunca realizada.
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