Mercado automotivo enfrenta realidade sem imposto a partir de fevereiro de 2013
Com o anúncio da Presidência da República da prorrogação do incentivo do IPI até 31 de dezembro, decretamos o comportamento do setor de automóveis e comerciais leves até o fim do ano.
Mesmo num ritmo menos intenso -como o que ocorreu com as correrias para compras que vinham acontecendo em véspera de decisão sobre o futuro do IPI-, teremos um forte movimento de antecipação de compra. Dezembro será intenso nas vendas, mesmo com as limitações de menos dias úteis.
O mês de setembro na comparação com agosto foi menos positivo, pois apresentou recorde de vendas em razão da previsão de que o IPI chegaria ao fim.
A verdade está mais uma vez comprovada: toda vez que diminuímos impostos para patamares compatíveis, o consumidor responde de forma positiva.
Pela representatividade do segmento automotivo, a economia ganha fôlego e fica mais fácil atravessar a crise mundial.
Esse cenário garantirá um crescimento significativo do mercado de automóveis e comerciais leves no ano de 2012, principalmente diante das previsões que foram feitas no primeiro trimestre deste ano.
O mercado de automóveis e comerciais leves cresceu 5,54% no acumulado de 2012 (janeiro a setembro), segundo dados da Fenabrave. Esse número será ainda maior quando o ano se encerrar.
A informação do IBGE é de queda de 15,4% na produção de veículos automotores nos primeiros nove meses, mas esses dados incluem outros segmentos além dos automóveis e comerciais leves.
O grande desafio está em 2013, principalmente em fevereiro e março. Janeiro ainda viverá dos estoques recebidos em dezembro.
Se analisarmos, por outro lado, o ano de 2013 como um todo, observamos que os analistas do segmento variam suas previsões de um crescimento de 0,5% a 2%. Mas, de acordo com as previsões, o mercado continuará crescendo, mesmo que pouco.
Em resumo, precisamos economizar energia e caixa agora. Depois, o tempo se encarregará de ajustar os volumes ao longo de 2013, garantindo um ano ainda positivo.
VALDNER PAPA é diretor da Fenabrave (federação dos distribuidores de veículos) e professor na Fundação Dom Cabral e da ESPM
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