Em busca de eficiência, Itaú pode reduzir mais quadro de funcionários
O Itaú Unibanco seguirá focado em ganhar eficiência em 2013, estratégia que pode incluir a redução de pessoal, embora em velocidade menor que no ano passado, disse à Reuters nesta terça-feira o diretor corporativo de Controladoria e de Relações com Investidores do banco, Rogério Calderón.
Esse esforço, no entanto, não será suficiente para que o maior banco privado da América Latina atinja a meta de eficiência prometida para este ano.
"É muito pouco provável chegar ao índice (de eficiência) de 41% no final de 2013", disse Calderón.
O índice de eficiência mede quanto um banco gasta para gerar receita. Portanto, quanto menor, melhor. Em setembro último, o do Itaú estava em 45,5%, enquanto o índice do Bradesco estava em 41,7% e a do Banco do Brasil, em 46,8%.
Segundo Calderón, o banco seguirá atuando fortemente em 2013 para melhorar o indicador, tanto na redução de despesas quanto na geração de receitas com tarifas. "Nossas despesas devem crescer menos que a inflação neste ano", afirmou o executivo.
O trabalho inclui novos esforços para reduzir duplicidade de funções, embora em velocidade menor do que recentemente. No período de 12 meses até setembro passado, o Itaú eliminou 9 mil postos de trabalho.
CRÉDITO
Embora publicamente o Itaú esteja procurando mostrar compromisso com a campanha do governo federal para elevar a oferta de crédito para estimular a atividade econômica, na prática a realidade é outra.
Em flagrante contraste com Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, cujas carteiras de financiamentos dispararam 43% e 20,5% em 12 meses até setembro, o Itaú avançou 9,3% no período, a menor taxa entre os grandes bancos do país.
"No momento em que vivemos, não faz sentido ter aumentos tão agressivos do crédito", disse Calderón. "Se o mercado crescer de forma racional, sempre estaremos competindo cabeça a cabeça", acrescentou.
DIRETORIA
Nos últimos meses, o Itaú teve as baixas de Claudio Yamaguti, que presidia a Redecard, e de Sergio Werlang, ex-diretor do Banco Central que ocupava a vice-presidência de Finanças e Risco.
Uma fonte familiarizada com o Itaú revelou à Reuters que devem ocorrer mais mudanças na alta diretoria da instituição, com a integração de áreas do banco comercial à unidade de atacado do grupo, o Itaú BBA; da área de cartões com a Redecard, que teve o capital fechado em 2012; e das divisões de controle e risco.
A saída de Werlang, que era responsável pela modelagem de crédito no Itaú, teria relação, segundo a fonte, com os maus resultados do banco em linhas como financiamento automotivo e capital de giro para pequenas e médias empresas, sob comando do vice-presidente José Roberto Haym. Essas áreas de crédito tiveram forte piora da inadimplência.
Calderón admitiu que o banco foi mal sucedido em algumas linhas de financiamento, mas negou que isso isoladamente tenha justificado a saída de Werlang. "Ninguém toma decisões sozinho", afirmou o diretor de Controladoria e de RI.
Ao mesmo tempo, outros executivos vêm ganhando força dentro do banco. Márcio Schettini, vice-presidente executivo de Cartões de Crédito e Crédito ao Consumidor, tem sido um dos mais ativos na campanha de ganho de eficiência, e pode acumular áreas de outras vice-presidências, de acordo com a fonte que pediu para não ser identificada.
O diretor financeiro Caio Ibrahim David pode concentrar sob sua responsabilidade a área de Controle e Risco. E a divisão de "compliance" pode passar ao guarda-chuva de Ricardo Villela Marino, membro de uma das famílias controladoras do banco, ou de Marcos Lisboa, ambos vice-presidentes, segundo a mesma fonte.
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 27/05/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | +0,09% | 124.425 | (16h35) |
Dolar Com. | +0,06% | R$ 5,1712 | (16h43) |
Euro | +0,46% | R$ 5,6161 | (16h31) |