Criação de empresas tem pior resultado desde 2007; agronegócio passa indústria
A criação de novos empreendimentos em 2012 teve o pior resultado dos últimos cinco anos, e pela primeira vez na história o agronegócio criou mais empresas que a indústria, segundo levantamento do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) divulgado nesta terça-feira (5).
Foram criados 662.395 novos negócios no ano passado, queda de 12,68% em relação à 2011 --a maior redução percentual desde 2000. Foi também a primeira vez que houve diminuição na criação de empresas em todos os Estados brasileiros.
O resultado de 2012 retornou ao mesmo nível de geração de negócios de 2006 (661.590) e ficou abaixo de 2011 (758.608), 2010 (748.016), 2009 (705.918) e 2008 (667.330). Apenas em 2007 (640.557) foram criados menos empreendimentos do que no ano passado.
Pela primeira vez desde a década de 70, o agronegócio superou a indústria na geração de novos negócios. O agronegócio criou 36.337 empreendimentos no ano passado, contra 36.013 da indústria.
Apesar de ter ultrapassado a indústria, o agronegócio ocupou o 3º lugar do ranking e representou apenas 5,5% das empresas abertas no período. Os serviços foram responsáveis pela criação de 330.024 empreendimentos (49,8% do total) e o comércio, de 238.120 (35,9%).
Completam o estudo o setor financeiro, com 21.015 novos negócios (3,2%), e os serviços públicos, com 885 (0,1%).
POR ESTADO
Em 2012, houve queda na criação de empreendimentos em todas as unidades da federação. O Estado de São Paulo, o que mais contribui para o PIB (Produto Interno Bruto) e lidera a criação de novos empreendimentos, teve um desempenho 12,3% pior do que no ano anterior.
As maiores quedas ocorreram em Acre (22,8%), Rondônia (21,3%) e Rio Grande do Norte (18,8%). As menores quedas foram verificadas em Roraima (2,9%), Sergipe (5,8%) e Amazonas (5,7%).
Como a queda foi generalizada, não houve diferença na representatividade das regiões do país na criação de empresas. O Sudeste continuou com 50% dos novos empreendimentos do país, seguido por Sul (19%), Nordeste (17%), Centro-Oeste (10%) e Norte (5%).
METODOLOGIA
O levantamento não contabiliza a criação de MEI (Microempreendedor Individual). Segundo o IBPT, o objeto do estudo são as micro, pequenas, médias e grandes empresas, além das entidades públicas e privadas, responsáveis por mais de 98% dos empregos formais do país.
Ele é feito com base em dados e informações divulgadas por empresas e entidades, Receita Federal, secretarias estaduais de fazenda, secretarias municipais de finanças, agências reguladoras, cartórios de registro de títulos e documentos, Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), Caixa Econômica Federal, juntas comerciais, Portais da Transparência e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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