Novo serviço permite checar situação de empresas para evitar golpe
A partir desta segunda-feira (18) os consumidores que quiserem contratar serviços ou comprar produtos vão poder checar as informações financeiras das empresas antes de fechar negócio --e, assim, reduzir o risco de cair em golpes.
A Serasa Experian, empresa de informações financeiras, criou, em parceria com o Reclame Aqui, um serviço que fornece dados sobre a ocorrência de protestos, cheques sem fundo, falências, ações judiciais, além de endereço, telefone, participação societária, faturamento e confirmação da existência legal da empresa consultada.
O relatório, que custa R$ 29,90 por empresa, é enviado pela internet. A compra pode ser feita no site da Serasa ou do Reclame Aqui. O processo leva em torno de 7 minutos e o consumidor recebe as informações na hora.
De acordo com Maria Zanfoli, superintendente de serviços ao consumidor da Serasa Experian, a ideia é equilibrar essa balança entre empresas e consumidores. "As empresas sempre puderam tomar decisões seguras na hora de liberar uma compra ou oferecer crédito para os clientes. Por que não os consumidores?"
"O crescimento econômico favoreceu o consumo, mas nem todas as pessoas estão preparadas e sabem que cuidados devem ter", acrescenta. "
"O consumidor sempre foi refém das empresas. Agora, o contrário também vale", diz Maurício Vargas, fundador e presidente do site Reclame Aqui.
Vargas destaca que o consumidor de hoje já procura mais informações sobre as empresas na internet e nas redes sociais, mas ainda não tinha como obter informações precisas sobre a situação financeira da companhia.
PREJUÍZO
A ideia do serviço é evitar casos como o da estudante de engenharia Fernanda Ribeiro, 18.
Em 2011, ela e mais três amigas compraram um pacote de viagem para o México para comemorar a formatura do colégio. Por uma semana de viagem, que incluía gastos com hospedagem, passagens de avião e alimentação, a estudante pagou, à vista, cerca de R$ 5 mil.
"Parecia tudo direitinho", diz. Na véspera do embarque, porém, a consumidora foi informada de que a viagem teria de ser adiada por alguns dias em razão de problemas no aeroporto do México. Na nova data marcada, receberam um e-mail informando que a viagem seria adiada novamente, mas dessa vez, sem justificativa. "Teve gente que só descobriu que não ia viajar quando já estava no aeroporto."
Em julho de 2012, a empresa em questão declarou falência e deixou mais de mil clientes sem viajar. "Até tinha esperanças de que eles fossem devolver o dinheiro, mas isso não aconteceu. Perdemos tudo; ficamos sem dinheiro e sem viagem", lamenta.
Editoria de Arte/Folhapress |
DICAS
Além de checar a informação financeira das empresas, o consumidor deve tomar outros cuidados para evitar cair em golpes.
De acordo com Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, associação de defesa do consumidor, é preciso criar o hábito de buscar detalhes sobre as companhias.
A especialista recomenda que o consumidor verifique, no site da Receita Federal, se o CNPJ da empresa é válido. No caso de compras on-line, também é importante verificar se o endereço da empresa e existe e se ela oferece outros tipos de atendimento, além da internet, para o pós-venda.
Outra orientação é buscar informações sobre eventuais reclamações anteriores. Para os consumidores que forem lesados, a recomendação é entrar em contato com os órgãos de defesa do consumidor.
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