Economia para pagar juros da dívida cai no 1º bimestre com deficit de fevereiro
O setor público teve deficit de R$ 3,031 bilhões em suas contas em fevereiro, informou nesta quinta-feira (29) o BC (Banco Central), o primeiro já registrado no segundo mês do ano. Em 2012, houve economia de R$ 9,5 bilhões.
Com isso, a economia para pagar os juros da dívida --que fora recorde em janeiro, com R$ 30,2 bilhões-- foi reduzida a R$ 27,220 bilhões.
O superavit primário de R$ 27,220 bilhões é fruto de uma economia de R$ 18,945 bilhões do governo central --Tesouro Nacional, BC e Previdência Social-- e de R$ 8,454 bilhões de Estados e municípios e de um prejuízo de R$ 179 milhões das estatais.
A meta oficial do governo é economizar R$ 155,2 bilhões neste ano para o pagamento de juros, o equivalente a 3,2% do PIB (Produto Interno Bruto). No acumulado de 12 meses, o superavit primário é 2,16% do PIB.
O resultado de fevereiro foi influenciado por maiores gastos com investimentos pelo governo central, segundo o chefe do departamento econômico do BC, Tulio Maciel.
Também contribuiu a antecipação do pagamento de dividendos de estatais para o governo para o final de 2012 --no ano anterior, a transferência ocorreu em fevereiro.
Além disso, em janeiro diversas empresas adiantaram o ajuste anual de impostos sobre o lucro de 2012, levando a uma menor arrecadação em fevereiro. O pagamento pode ser feito até março, mas a antecipação ocorre para evitar cobrança de juros.
Assim, a arrecadação caiu em fevereiro e, aliada ao aumento dos gastos públicos, gerou o deficit no mês.
O resultado de fevereiro só não foi pior porque os Estados economizaram R$ 4,242 bilhões. As estatais, que não contam com Petrobras e Eletrobras, tiveram deficit de R$ 130 milhões.
DÍVIDA PÚBLICA
As despesas com juros devem crescer ao longo deste ano, se confirmado um aumento da taxa Selic. Agora, a projeção é que alcancem 4,8% do PIB --ante 4,5% no final do ano passado.
O resultado nominal --resultado superavit primário menos o dinheiro usado para pagar a dívida-- ficou negativo em R$ 23,282 bilhões no mês passado. No ano, acumula saldo negativo de R$ 15,680 bilhões.
Com isso, a dívida pública nominal --que desconta os ativos dos governos e estatais-- aumentou de 35,2% em janeiro para 35,7% em fevereiro e atingiu R$ 1,593 trilhão.
A dívida bruta teve variação negativa, de 59,2% para 59,1% do PIB na mesma comparação, e atingiu R$ 2,640 trilhões.
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