Atenção donos de Camaros amarelos: essa feira de luxo não é para você
Em setembro, o Jockey Club de São Paulo vai abrigar a primeira edição brasileira da feira holandesa Masters of Lxry, que até o ano passado era conhecida como Feira dos Milionários.
Mistura de Harrods (tradicional loja de departamento de Londres) com Disneylândia, na definição de seu criador, o holandês Yves Gijrath, a feira deverá reunir cerca de 70 grifes do alto luxo dos mais variados segmentos: de máquinas (carros, jatos e barcos) a obras de arte; de joias a agências de turismo espacial e clínicas de estética.
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Haverá ainda lounges, bares, restaurantes, desfiles de moda e DJs.
Atendendo às particularidades nacionais, a edição brasileira, diferentemente da holandesa, será aberta apenas para convidados. Os nomes sairão das listas das próprias grifes, expositores e patrocinadores. Mesmo assim, com "esquema de segurança de aeroporto", o Patek Philippe terá de ficar na bandeja na hora de passar pelo raio-x ou pelo detector de metais.
São esperados 5 mil visitantes ao dia. Haverá uma pequena cota de ingressos a R$ 250, mas a venda vai ser exceção, diz Fernando Elimelek, diretor da Playcorp, organizadora da feira de luxo. Elimelek descobriu a feira há três anos, quando foi a Amsterdã pesquisar sobre as últimas tendências da música tecno para o Skol Sensation, evento também organizado pela Playcorp. "A feira é maravilhosa, um evento único e sofisticado, de altíssima qualidade", diz Elimelek.
O mercado de luxo no Brasil movimentou cerca de R$ 20 bilhões no ano passado, segundo levantamento das consultorias GfK e MCF. Mas o público que a Masters of Lxry quer atrair não é aquele que engorda as estatísticas com o consumo desenfreado de correntes de ouro e carrões.
Ídolos do funk paulista que exaltam o consumo não deverão ter o nome na porta. "No Camaros, please", diz Gijrath. Amarelo, então. Nem pensar. Se vier a expor, a GM terá de apresentar outros modelos, como o Cadillac.
Ainda como Miljonair Fair, o evento já ganhou algumas edições na China e na Rússia - mas isso foi antes da crise financeira global, quando exibir o título de milionário ainda não era (tão) mal visto.
Quando veio há São Paulo no carnaval de 2012, Gijrath sonhou em levar a feira para o prédio da Bienal. Mas o então prefeito Gilberto Kassab não gostou da ideia. "Ele disse que não queria ver "Milionários" estampado na fachada da Bienal", diz Gijrath.
Depois de muitas portas fechadas por conta do nome, Gijrath repaginou o evento no final do ano passado. "Resolvemos focar menos nas pessoas e mais no conteúdo", diz.
Apesar da máxima de que o mercado de luxo não vê crise, a empresa de Gijrath, que além da feira editava algumas revistas de luxo, entrou em concordata no início de março. Irritado com a reportagem por trazer o assunto à tona, Gijrath conta que quem pediu falência foram os controladores. Ele vendeu a empresa em 2009, mas continuou como executivo. E explica que comprou de volta os direitos sobre todas as marcas que criou e que não tem nada que ver com a falência dos antigos sócios. "Não foi a melhor decisão da minha vida vender a empresa", diz.
Aos 46 anos, tendo acumulado seu primeiro milhão aos 30, Gijrath quer dar a volta por cima. Depois da edição brasileira, ele planeja levar a feira para Londres e Moscou no ano que vem.
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SERVIÇO
QUANDO 19 a 22 de setembro
Para convidados
INGRESSOS a R$ 250,00
ONDE Jockey Club
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