Prejuízo da TAM cresce 272% em 2012 e atinge R$ 1,2 bilhão
A TAM encerrou 2012 com prejuízo de R$ 1,2 bilhão, crescimento de 272% em relação ao ano anterior, quando obteve perda de R$ 335 milhões.
O prejuízo da TAM se soma ao da Gol no setor de aviação: na semana passada a rival divulgou perda líquida de R$ 1,5 bilhão em 2012 --praticamente o dobro da de 2011.
Os dados da TAM foram publicados nas demonstrações financeiras da companhia na última quinta-feira, véspera do feriado de Páscoa, no jornal "Valor Econômico".
Desde a criação da Latam, holding resultante da associação com a chilena LAN, a TAM saiu da Bolsa paulista e parou de divulgar resultados trimestrais no país.
Editoria de Arte/Folhapress |
Os dados da brasileira passaram a ser consolidados no balanço da Latam, que tem suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Santiago, no Chile.
No entanto, pela lei das Sociedades Anônimas e pelo seu porte, a TAM é obrigada a dar publicidade a alguns dados financeiros, como balanço patrimonial e lucros ou prejuízos acumulados.
A empresa afirmou que o prejuízo é resultado da valorização do dólar, do combustível e também do aumento das tarifas aeroportuárias.
O real desvalorizou 17% frente ao dólar no ano passado e o combustível subiu 18%. Já as tarifas aeroportuárias tiveram um reajuste de 30% em média.
A receita da TAM aumentou 5,39%, para R$ 13,695 bilhões, mas os custos e as despesas cresceram ainda mais: 19, 3%. Saltaram de R$ 12 bilhões para R$ 14,3 bilhões.
Em termos operacionais, a TAM saiu de um lucro de R$ 977 milhões em 2011 para um prejuízo de R$ 640,6 milhões. O prejuízo operacional da Gol foi de R$ 709 milhões.
Diante desses resultados, as empresas estão reduzindo voos, demitindo e cortando serviços. A partir de maio, a Gol anunciou que só vai servir água de graça nos voos domésticos. O serviço de venda de lanche a bordo será estendido a todos os voos da companhia.
Ao longo do ano passado, a Gol também demitiu 7% dos funcionários, incluindo 850 que era da Webjet.
Tanto TAM quanto a Gol adotaram uma estratégia de redução de oferta de assentos, com aviões voando menos horas. No primeiro bimestre deste ano, a Gol reduziu a oferta de assentos em 5,5% e a TAM, em 8,4%.
Ao anunciar o resultado de 2012, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou que o corte de oferta este ano deve ficar em 7%.
A redução da oferta das duas líderes fez o mercado aéreo doméstico encolher 4% em fevereiro.
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