Com Abilio, BRF deve focar gestão comercial agressiva e internacionalização
Sob o comando da dupla Abilio Diniz e Sérgio Rosa, respectivamente presidente do conselho do Pão de Açúcar e ex-presidente do conselho da Vale, a BRF deve focar uma gestão comercial mais agressiva e ampliar sua internacionalização.
A BRF é a maior produtora de carnes e derivados do país, e a sexta maior companhia de alimentos do mundo.
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Segundo Nildemar Secches, que deixa a presidência da BRF após 18 anos, o ano passado foi particularmente difícil para a empresa devido ao atraso na aprovação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) da fusão entre Sadia e Perdigão, que dificultava a tomada de decisões de negócios na companhia.
Editoria de Arte/Folhapress |
Secches disse esperar que Abilio Diniz e Sérgio Rosa encontrem mais espaço para expansão interna e externa da BRF.
"2012 foi um ano muito tumultuado e difícil para a organização. Estávamos de mãos atadas, sempre esperando a aprovação sair a qualquer momento. Mas mesmo com ano difícil conseguimos dar 13% de retorno para nossos acionistas", disse.
Para o ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan (governo Lula), que é da família fundadora da Sadia, a entrada de Abilio Diniz deve marcar um novo ciclo de expansão da BRF, agora livre das amarras do Cade e da integração das culturas diferentes entre Sadia e Perdigão. "Como em tudo, é um ciclo que se completa. Agradeço ao Nildemar pela dedicação nesses anos todos", disse.
"Abilio é um empresário experiente e de sucesso. Vai continuar fazendo as mesmas coisas, mas com um outro olhar, o que sempre ajuda. Vai rediscutir tudo", disse Secches, que espera a manutenção de toda a equipe de executivos.
"Eles são a equipe que escolhi, que acho melhor trabalhar. Mas não serei daqueles mortos, fantasmas, que reaparecem", disse Secches.
Durante a assembleia, o minoritário Rafael Rocha, que representa cerca de 1% do capital, expressou sua preocupação com o fato de Abilio Diniz, como novo presidente do conselho, ter de se abster de votar ou se ausentar em algumas das principais discussões estratégicas da BRF.
Isso deverá ocorrer sempre que o empresário sentir que será discutido algum ponto relevante ou estratégico para o Pão de Açúcar devido ao cargo que mantém na rede varejista fundada por seu pai. Por esse motivo, preferiu votar contra a indicação. "Serão pontos muito relevantes que o Abilio terá de se abster nas discussões e isso não é bom para a companhia.
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