Ascensão da China faz vendedores de commodities lucrarem US$ 250 bi
As maiores comercializadoras de matérias-primas do mundo --as chamadas tradings-- embolsaram quase US$ 250 bilhões nos dez últimos anos, o que fez dos controladores desse setor os grandes beneficiários da ascensão da economia chinesa e de outros emergentes.
A receita líquida dessas empresas, de 2003 para cá, ultrapassa a dos poderosos bancos americanos Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Morgan Stanley combinados, ou a de um gigante da indústria como a General Electric.
Elas ganharam mais dinheiro que a Toyota, Volkswagen, Ford Motor, BMW e Renault combinadas.
Um estudo do "Financial Times", baseado em documentos sigilosos e apresentados às autoridades financeiras, representa a primeira avaliação abrangente do setor.
TRANSPARÊNCIA
As revelações sobre a lucratividade das corretoras intensificarão os apelos por maior transparência a um setor que, embora tenha papel central na economia mundial, é pouco conhecido e continua em larga medida desregulamentado.
A avaliação destaca uma era de notável crescimento no setor, iniciada em 2000 --quando seu lucro foi de apenas US$ 2,1 bilhões-- e de expansão considerável na influência das tradings, que aproveitaram o superciclo das commodities causado pela industrialização da China e de outros emergentes.
No entanto, a avaliação também constatou que o setor enfrenta fortes ventos adversos agora. O crescimento agregado dos lucros está estagnado, e os principais indicadores de lucratividade estão caindo ano após ano.
As 20 maiores tradings mundiais de commodities, como a Glencore, Cargill, Vitol, Trafigura e Mitsubishi, são o principal elo entre os produtores e consumidores de matérias-primas diversas, como petróleo, cobre e trigo.
Ainda que algumas dessas empresas tenham capital aberto, a maioria tem capital fechado e, em alguns casos, jamais publicaram dados sobre sua lucratividade.
Ivan Alvarado - 1ºabr.11/Reuters | ||
Trem carregado de cobre em mina no Chile; Ascensão da China faz vendedores de commodities lucrarem mais. |
DESACELERAÇÃO
Os documentos --que incluem registros em juntas comerciais das Ilhas Virgens a Cingapura e memorandos confidenciais endereçados a bancos-- sugerem que o setor enfrenta uma desaceleração, à medida que a economia mundial perde força e o crescimento no comércio de commodities perde o ímpeto.
Além disso, o mercado de commodities vem se tornando mais transparente e a concorrência está crescendo.
A desaceleração no crescimento dos lucros é notável, ainda que não afete todo o setor na mesma medida. Enquanto algumas corretoras, como a Louis Dreyfus Commodities, continuam a ver crescimento em sua receita liquida, outras enfrentam um momento mais difícil.
O lucro líquido da Vitol, a maior trading mundial de petróleo, caiu a US$ 1,05 bilhão no ano passado, o mais baixo desde 2004, e bem abaixo do recorde de US$ 2,28 bilhões obtido em 2009. E há outras corretoras que enfrentam problema semelhante.
"O mercado de commodities está se tornando mais e mais competitivo", disse Torbjörn Törnqvist, presidente-executivo da corretora de petróleo Gunvor. "O setor não verá mais os imensos retornos sobre o capital que viu no passado".
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