Dona da Gillette pretende lançar 200 novos produtos no Brasil em um ano
Após aumentar sete vezes de tamanho no Brasil na última década, a Procter & Gamble, multinacional de bens de consumo, quer acelerar a introdução de produtos inovadores no país.
Uma das missões do pernambucano Alberto Carvalho, que assumiu a operação brasileira há cerca de seis meses, é diminuir o intervalo entre os lançamentos realizados no Brasil e nos Estados Unidos, sede e principal mercado da companhia.
Com isso, a expectativa é trazer mais rapidamente para o mercado nacional inovações criadas nos laboratórios da multinacional, e não apenas marcas e produtos "consagrados", com histórico bem-sucedido de vendas em países maduros.
Segundo Carvalho, a expansão da operação brasileira nos últimos anos e o aumento do poder aquisitivo do brasileiro justificam a estratégia.
"Agora temos escala e plataforma para desenvolver essas inovações, e consumidor brasileiro está preparado e tem condições de pagar por eles."
No próximo ano fiscal, que começa em julho, a companhia (dona das marcas Gillette, Pantene, Ariel e Oral B, entre outras), pretende colocar 200 novos produtos no mercado, volume 50% superior que o lançado no período anterior.
Entre janeiro e junho deste ano, serão 90 novidades, entre novas marcas, formulações e embalagens, diz Carvalho.
Em alguns casos, o lançamento brasileiro ocorrerá simultaneamente com o de países europeus.
Divulgação |
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Sabão em formato de cápsula, que será lançado pela companhia no Brasil e na Europa na mesma data |
É o caso de um novo tipo de sabão, em formato de cápsula, que se desmancha na máquina de lavar roupas.
O novo produto chegará em junho no Brasil e na Europa, 14 meses após a estreia nos Estados Unidos, onde foi desenvolvido e conquistou 8% de mercado.
O intervalo entre o lançamento de um produto nos EUA e no Brasil já chegou a quase 30 anos, diz ele. Foi o que ocorreu com a versão líquida do sabão, a Ariel, em 2008.
NOVA FASE
A introdução de produtos mais sofisticados, recém-lançados nos EUA, faz parte da nova fase da operação brasileira da Procter & Gamble.
Há dezoito meses, a filial entrou para o grupo das dez maiores operações da multinacional no mundo.
Isso ocorreu após quase uma década de expansão acelerada da subsidiária, que tinha uma presença até então tímida no país, onde entrou em 1988.
Desde 2003, o crescimento anual foi de 23%, diz o executivo, que não revela o faturamento da operação.
Especialmente nos últimos cinco anos, a empresa investiu pesado em marketing, para tornar seu nome conhecido entre os brasileiros, e trouxe novas marcas ao país.
Em 2012, a companhia foi a sétima maior anunciante do país, segundo o ranking do Ibope Monitor. Três anos antes, ocupava a 24ª posição.
O número de funcionários dobrou nos últimos dois anos, para 5 mil pessoas.
CONCORRÊNCIA
O esforço foi necessário diante de uma rival consolidada no mercado local.
Há mais de 80 anos operando no país, a anglo-holandesa Unilever, dona de marcas como Omo, Hellmann's e Seda, é líder em muitos dos mercados em que a P&G atua -situação que não se repete em nível global.
Segundo Carvalho, o investimento em marketing trouxe retorno. "Hoje, oito em cada dez brasileiros conhecem a marca. Antes, era um a cada dez", afirma ele.
Diante da expansão, segundo o executivo, a empresa se prepara para anunciar um novo investimento em fábrica e centros de distribuição, ainda este ano.
Atualmente, são seis fábricas em operação, com uma sétima prevista para entrar em atividade no início de 2014, no Estado do Rio.
"Não vimos desaceleração do consumo nos últimos meses. Crescemos junto com o mercado e também ampliamos nossa participação nos segmentos", diz o executivo.
Engenheiro formado pelo ITA, Carvalho fez carreira na multinacional, a maior parte dela no exterior, em países como Chile, Argentina e Estados Unidos.
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