PIB menor com consumo estagnado põe em xeque decisão do BC sobre Selic
Com crescimento de apenas 0,6% no primeiro trimestre em relação aos três últimos meses do ano passado, o desempenho da economia brasileira frustrou as expectativas do mercado e levantou dúvidas quanto ao posicionamento do Banco Central em relação à taxa básica de juros --a Selic.
Segundo especialistas consultados pela Folha, os números do PIB (Produto Interno Bruto) colocaram a autoridade em um dilema: aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual para combater a inflação ou subi-la apenas 0,25 ponto percentual para não comprometer ainda mais o desempenho econômico.
Consumo para, e PIB cresce só 0,6% no primeiro trimestre
O consumo das famílias mostrou estagnação entre janeiro e março, subindo apenas 0,1% em relação aos três últimos meses do ano passado. O desempenho foi afetado, entre outras coisas, pela elevada inflação do período.
"Essa estagnação no consumo das famílias será considerada pelo BC na decisão sobre a Selic. Qualquer medida que ele tome será focada na inflação", diz Thaís Zara, economista-chefe da consultoria Rosenberg & Associados.
Para a economista, mesmo que o PIB tenha vindo abaixo do esperado, alguns setores tiveram desempenho positivo no período e podem estimular uma elevação maior da Selic pelo BC, como os setores agropecuário, industrial e de serviços.
"O Banco Central possui um regime de metas de inflação. A credibilidade dele está diretamente ligada com esse regime. Se ele quiser manter os preços dentro da meta em 2014, ele deverá subir a Selic em 0,5 ponto percentual hoje", completou Thaís.
Por outro lado, a equipe de análise da corretora MoneyYou avalia que "a decepção com o PIB pode levar o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) a elevar os juros de maneira mais comedida na reunião de hoje, optando por um aumento de 0,25 ponto percentual ao invés de 0,50."
No último mês, o Copom elevou a Selic de 7,25% para 7,5% ao ano. Foi a primeira vez que a Selic sofreu aumento desde 21 de julho de 2011, quando havia passado de 12,25% para 12,50% ao ano.
Antes da reunião do BC nesta semana, as taxas dos contratos de juros futuros subiram forte, antecipando um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic. Após o resultado do PIB nesta manhã, os contratos registram queda na BM&FBovespa.
"Esse resultado esfria muito as expectativas de uma alta mais forte da Selic e por isso o mercado terá uma correção intensa", afirma o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal.
Segundo Leal, o resultado de hoje deve alterar as perspectivas para o crescimento da economia em 2013, uma vez que o primeiro trimestre deve ser o melhor deste ano. "Acho que as projeções para o PIB, que estavam entre 2,8% e 3%, devem convergir, na melhor das hipóteses, para 2,5%."
Com Valor
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