Juros não são 'solução mágica' contra inflação, diz Eduardo Campos
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à Presidência em 2014, disse nesta quarta-feira (29) no Recife que a taxa de juros não pode ser usada como "solução mágica" para conter a inflação.
"A gente sabe que os juros não têm efeito sobre essa realidade", declarou. "Não se trata de [encontrar] uma solução mágica [para conter a inflação], se trata de um conjunto de soluções que passam não só pela política monetária, mas também por outras políticas", disse o governador.
Brasil sobe juros na contramão do mundo
A inflação, apesar de estar em queda, segue elevada e caindo num ritmo aquém do recomendável. Nesta quarta, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) vai decidir a nova taxa básica do juro --a Selic--, hoje em 7,5%, depois de um alta de 0,25 ponto percentual no mês passado.
A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC (Banco Central) para manter a inflação sob controle ou para estimular a economia. Se os juros caem, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior.
Por outro lado, se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento --que ficam mais caros--, a economia desacelera e evita-se que os preços subam --ou seja, que haja inflação.
ENERGIA ELÉTRICA
Em entrevista, Campos também defendeu um acordo no Senado para a votação da medida provisória que reduz a tarifa de energia elétrica no país.
"No Parlamento, só o acordo supera o regimento", disse ele. "Nossa posição é no sentido que ela seja votada, mas não sei se a nossa posição será suficiente. Têm outras que não estão admitindo", afirmou o governador.
A medida provisória da energia elétrica perde a validade na próxima segunda-feira se até lá não for aprovada no Senado.
O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), diz que ela não será votada por não cumprir o prazo de sete dias para a análise pelos senadores, estipulado após a aprovação a toque de caixa da MP dos Portos.
Apesar de defender a votação da MP, Campos diz que o governo deve trabalhar para cumprir o prazo fixado pelo Legislativo.
"Eu acho que a essa altura é preciso coordenar a questão dos prazos para que as matérias cheguem nas duas Casas a tempo de haver o debate e de se cumprir o que foi tacitamente acordado no colégio de líderes", afirmou.
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