Emprego na indústria de SP tem primeira alta desde março de 2011
Maior parque industrial do país, São Paulo mostrou uma discreta melhora no emprego do setor em abril e foi responsável pelo avanço do total de horas pagas aos funcionários das fábricas, indicador que sinaliza futuras contratações e mostra a melhora do ritmo de produção.
Na comparação com abril de 2012, o total de pessoas ocupadas na indústria subiu apenas 0,1% no Estado de São Paulo, mas foi o primeiro resultado positivo desde março de 2011, segundo o IBGE.
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Já o indicador que mede as horas trabalhadas aumentou 1,3% de março para abril na indústria paulista. Foi o maior avanço desde fevereiro de 2011 e o resultado interrompeu três taxas mensais negativas seguidas.
"Pode parecer pouco, mas é a primeira variação positiva. Um primeiro sinal de melhora da indústria em São Paulo. Antes, o emprego estava ruim no Brasil, mas vinha muito pior em São Paulo, que puxava sempre para baixo. Agora, São Paulo começa a mostrar uma melhora, ainda que pequena", diz Rogério Souza, economista do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Fernando Abritta, economista do IBGE, concorda. Diz que o crescimento das horas pagas mostra "um primeiro sinal" de possível retomada do emprego na indústria e tal indicador foi puxado para cima por conta de São Paulo.
Apesar da retomada recente da produção da indústria em abril, o emprego no setor ainda está longe de uma recuperação.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Em abril, o total do pessoal ocupado assalariado na indústria do país ficou estável na comparação livre de influências típicas de cada período (sazonais) com março, segundo pesquisa do IBGE.
Já na taxa comparada com abril de 2012, o total de vagas abertas no setor teve queda de 0,5%. Foi o 19º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.
Abritta ressalta, porém, que a índice já havia sido mais negativo.
"O emprego reage com defasagem em relação ao crescimento da produção, mas notamos que o emprego tem caído menos e se estabilizou em abril. Já o total de horas pagas cresceu, o que é um dado positivo", afirma.
Indicador antecedente de futuras contratações, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, avançou 1% de março para abril, após recuar 0,3% no mês anterior na mesma base de comparação. Trata-se do melhor desempenho desde outubro do ano passado (1,1%).
De um modo geral, o aumento da produção se dá primeiro com a contratação de horas extras das pessoas já empregadas nas fábricas, que em muitos casos têm capacidade de produção ociosa.
Só depois é que empresários optam por abrir vagas, quando o cenário de melhora do consumo interno e das exportações (dois dos entraves recentes ao avanço mais forte da indústria), por exemplo, se torna mais evidente.
Em relação a abril de 2012, o número de horas pagas mostrou leve alta de 0,1%. Tal resultado, porém, interrompe um ciclo de 19 meses de taxas negativas consecutivas nessa base de comparação, segundo o IBGE.
Souza diz que "apesar da melhora em São Paulo e o aumento das horas pagas, os dados gerais ainda são ruins e não acompanham o que a agente observa na produção indústria, que mostrou uma retomada mais firme em abril".
"Há sempre uma defasagem de três ou quatro meses."
CÂMBIO E PERSPECTIVAS
Para Abritta, a melhora do nível de produção da indústria no primeiro quadrimestre deste ano (alta de 1,6%, puxada pela produção de bens de capital, destinados ao investimento) só rebaterá no emprego do setor após alguns meses, quando a retomada for mais firme e por um período mais longo.
"Ainda é cedo para falar numa recuperação do emprego industrial."
Souza prevê uma reação mais firme a partir dos dados do segundo semestre e diz que a valorização do dólar poderá ajudar a impulsionar a indústria.
"Temos uma variável nova. O câmbio já começa a fazer algum efeito e a economia já dá sinais de melhora e de um crescimento maior a partir do segundo trimestre. Temos perspectivas um pouco melhores, mas a recuperação será ainda discreta."
RENDA E INFLAÇÃO
Para Abritta, tanto o emprego como o total de horas contratadas pela indústria indicam, porém, uma discreta tendência de melhora, com redução das perdas no total de vagas abertas e avanço das horas trabalhadas. Já o rendimento do setor, que vinha de altas expressivas, vai na contramão.
No índice acumulado no primeiro quadrimestre, a folha de pagamento (indicador da renda na indústria) avançou 2%. Foi num ritmo menos intenso, porém, que o registrado no último quadrimestre de 2012 (6,1%). Um dos motivos dessa perda de fôlego pode ser a corrosão dos salários pela inflação.
Abritta afirma que a inflação pode ter um peso, sim, no menor fôlego do rendimento da indústria, mas é necessário esperar os dados dos próximos meses para confirmar tal tendência.
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