Commodities têm maior queda em 18 meses sob pressão da China e do BC dos EUA
As commodities sofreram sua maior liquidação em um ano e meio nesta quinta-feira (20) devido a dados ruins sobre a economia chinesa e ao plano Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA, de reduzir gradualmente seu programa de estímulos.
O ouro atingiu seu preço mínimo em dois anos e meio e o petróleo despencou 3%. Os preços do cobre recuaram para os menores níveis em 20 meses, enquanto o alumínio e o níquel caíram para mínimas em vários anos, por temores sobre uma desaceleração da atividade industrial na China, maior comprador mundial de metais.
Os mercados agrícolas tampouco foram poupados, com o milho, o trigo e a soja recuando, e o açúcar e o café renovando mínimas em vários anos.
Uma alta generalizada do dólar, impulsionada por declarações do presidente do Fed, Ben Bernanke, que indicou que a instituição deve reduzir sua política expansionista ainda no final deste ano, gerou fortes quedas nas commodities negociadas na moeda norte-americana.
"A queda de hoje é uma para os livros de história, pelo menos para o ouro", disse o analista da INTL FC Stone, Edward Meir.
O índice de 19 commodities da Thomson Reuters-Jefferies CRB recuou mais de 2,5%, queda mais acentuada desde dezembro de 2011.
O ouro e a prata recuaram para uma mínima de setembro de 2010.
ESTÍMULO
A inundação de dinheiro que o Fed criou desde a crise financeira de 2008/2009 contribuiu fortemente para as altas no ouro e nas outras commodities. Bernanke indicou que o programa de estímulos poderia ser encerrado até meados de 2014 caso a economia dos EUA esteja forte o suficiente.
As observações de Bernanke foram muito além de um comunicado dos formuladores de políticas no início da quarta-feira após uma reunião que durou dois dias, e que dizia que o Fed continuará a realizar compras de títulos no momento e "acompanhará de perto as informações recebidas sobre a evolução econômica e financeira nos próximos meses."
"Assim que o Banco Central dos EUA começar a diminuir suas compras de títulos, devemos ver um dólar mais forte. As commodities que são precificadas em dólar tendem a enfraquecer neste tipo de ambiente", disse Lee Chen Hoay, analista de investimentos na Phillip Futures em Cingapura.
As fortes vendas do ouro aceleraram após a commodity recuar para abaixo de sua mínima de abril de US$ 1.321 por onça, um nível de apoio, e atingir US$ 1.285.
Às 14h (horário de Brasília), o ouro à vista recuava para US$ 1.291 por onça.
Os futuros do petróleo Brent recuavam mais de US$ 3 por barril, para a mínima de uma semana, perto de US$ 103 por barril, pressionados por uma pesquisa apontando uma desaceleração da economia chinesa.
Em Nova York, o primeiro contrato do petróleo perdia 2,7% e era negociado a US$ 95,52 por barril, após fechar a sessão anterior a US$ 98,24.
A queda do cobre foi parcialmente causada por uma alta dos estoques do metal nos armazéns monitorados pela Bolsa de Metais de Londres. Os estoques estão em seu maiores níveis de cerca de 10 anos, contribuindo para a queda de 14% nos preços neste ano.
O contrato referência de três meses do cobre na LME recuou para 6.750 por tonelada, menor nível desde 20 de outubro de 2011.
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