Dólar fecha o dia em alta, mas desvaloriza 1,7% na semana
Mesmo após novas intervenções do governo no câmbio, o dólar à vista --referência para as negociações no mercado financeiro-- fechou esta sexta-feira (28) em alta de 1,63% em relação ao real, cotado em R$ 2,221 na venda.
Com este desempenho, a moeda americana acumulou queda de 1,73% na semana e ganho de 3,94% no mês de junho, fechando o primeiro semestre deste ano em alta de 8,44% no mercado à vista.
Bolsa brasileira tem queda e encerra o pior semestre desde 2008
O dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- também fechou em alta de 1,63% nesta sexta-feira, para R$ 2,232.
A alta do dólar hoje foi estimulada pelo clima de aversão ao risco na Bolsa brasileira, cujo principal índice de ações --o Ibovespa-- fechou em queda de 0,32%, aos 47.457 pontos.
Pela manhã, após o dólar atingir R$ 2,227 no mercado à vista, o Banco Central promoveu dois leilões de swap cambial tradicionais, que equivalem à venda da moeda americana no mercado futuro.
Em cada operação, foram ofertados 40 mil contratos com vencimentos em 1º de outubro e 1º de novembro de 2013. Todos os 80 mil contratos oferecidos foram vendidos, por US$ 3,977 bilhões.
Segundo operadores, a alta da moeda hoje ocorreu porque os investidores ajustaram suas posições para o encerramento do primeiro semestre do ano, em um dia de fechamento da Ptax (taxa média do dólar calculada pelo BC), para os contratos que vencem em julho.
"É normal o dólar subir em dia de formação do Ptax, mas esperávamos que esse movimento fosse ser observado apenas até 13h, horário aproximado em que o BC define a taxa", disse Reginaldo Siaca, da Advanced Corretora.
Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a alta da moeda hoje foi impulsionada por operações pontuais de grandes bancos, que tentam ajustar suas apostas para o fechamento da cotação da moeda no semestre.
De acordo com Galhardo, mesmo com a queda da moeda desde o início da semana, a tendência para o dólar segue de alta.
O movimento dos últimos dias, para o gerente, refletiu fatores pontuais como uma ligeira melhora na saída de dólares do país na semana anterior e o efeito de uma série de medidas tomadas pelo BC anteriormente, como leilão de linha de crédito.
"É natural que, aos poucos, a moeda volte a subir. O cenário continua o mesmo: nossa economia está fraca, e os investidores não conseguem confiar nas medidas do governo. Além disso, a cautela quanto ao corte nos estímulos econômicos nos EUA continua", diz Galhardo.
Para ele, a tendência de alta para o dólar permanece, porque ainda há a possibilidade de uma elevação dos juros nos EUA no ano que vem, o que deixaria o rendimento dos títulos do Tesouro americano, remunerados por essa taxa, mais atraentes aos investidores do que as arriscadas aplicações em mercados emergentes como o Brasil.
INTERVENÇÕES
A última vez que o BC havia promovido um leilão de swap cambial tradicional foi na última terça-feira (25), quando injetou US$ 3,256 bilhões no mercado para tentar conter a alta da moeda americana, que havia batido R$ 2,24.
Apenas no mês de junho, a autoridade injetou US$ 24,314 bilhões no mercado de câmbio. Em 2013, o valor é de US$ 28,044 bilhões.
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