Bancários prometem paralisação na quinta-feira contra terceirização
Os bancários prometem realizar uma paralisação nacional nesta quinta-feira (4) em protesto contra um projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil. A convocação foi feita pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que representa o setor.
Segundo a Contraf, o modo como a paralisação será feita em cada município ainda será definido pelos representantes locais dos trabalhadores. Em São Paulo, a paralisação será realizada em todas as agências da avenida Paulista.
Um grande ato na avenida também está sendo programado, com a participação de representantes de outros setores.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) afirmou que não se pronunciará sobre as manifestações.
A paralisação vem sendo convocada também pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), que está mobilizando diversas categorias de trabalhadores para uma paralisação conjunta no dia 11 deste mês, em apoio a diversas reivindicações trabalhistas.
Centrais sindicais fazem paralisação conjunta no dia 11 de julho
Algumas das bandeiras que serão reivindicadas, além do combate ao projeto de lei sobre a terceirização, incluem o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas, o direito de greve dos servidores e o fim das demissões imotivadas para diminuir a rotatividade de empregos.
PL 4.330
De acordo com o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, o Projeto de Lei 4.330, que trata da terceirização, reduz direitos trabalhistas garantidos em acordos e convenções coletivas, na CLT e na Constituição Federal.
"Esse projeto segue uma ótica totalmente empresarial, pois trata de modo diferente os trabalhadores contratados diretamente e os terceirizados, liberando por completo a terceirização", declarou Cordeiro em nota da entidade.
O sindicato afirma, ainda, que o projeto visa diminuir o custo dos bancos e das empresas e precarizar o emprego e os direitos dos trabalhadores. "Se aprovado, [o projeto] levará ainda mais trabalhadores para a terceirização, reduzindo salários e retirando direitos e conquistas, além de enfraquecer a organização sindical", afirmou Miguel Pereira, secretário de organização do ramo financeiro da Contraf.
O PL 4.330 estará na pauta de votação da reunião da CCJC (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados, que ocorrerá no próximo dia 9.
Os representantes dos trabalhadores, do governo federal, dos empresários e dos deputados se reúnem hoje (3), em Brasília, para discutir a proposta. Independentemente do resultado do encontro, os sindicalistas vão manter a paralisação de quinta-feira.
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