Análise: Nos EUA, TVs paga e aberta passam por concentração
Os setores de TV paga e TV aberta local atravessam intensa concentração nos EUA.
No primeiro, a Charter, controlada por John Malone, tenta comprar o serviço de cabo da Time Warner. Negócios semelhantes estariam sendo discutidos entre a Cablevision e a Cox e, no âmbito das operadoras de TV por satélite, entre a Dish e a DirecTV.
No segundo setor, pequenos grupos de emissoras abertas estão se consolidando em grupos maiores, como na compra das 19 estações do Local TV pelo Tribune, nesta semana, por US$ 2,7 bilhões.
Segundo a consultoria SNL Kagan, os negócios envolvendo TV aberta já somam US$ 9 bilhões em 2013, nos EUA.
Alguns números ajudam a explicar por que a TV americana abraça a concentração.
No caso da TV paga, as operadoras controlam também o serviço de acesso à internet. Meses atrás, John Malone proclamou que "o produto mais importante, o que prende mais, é a internet de alta velocidade".
Daí o projeto de comprar a Time Warner Cable, cuja receita por assinante de internet subiu de US$ 39 mensais (R$ 88) para US$ 43 (R$ 97) em um ano, segundo a Barrington Research.
Enquanto isso, o serviço de TV paga, propriamente, começa a cair.
O motivo é a migração para serviços mais baratos de vídeo, como Netflix e Hulu, que só requerem acesso à internet. Segundo a Leichtman Research, as 13 maiores operadoras americanas de TV paga perderam 80 mil assinantes em um ano.
No caso da TV aberta local, o que explica a corrida pela consolidação é a receita com retransmissão que está sendo projetada para o setor em 2013, segundo a SNL Kagan: US$ 3 bilhões. Em 2009, foram apenas US$ 760 milhões.
O que mudou nesses quatro anos foi que uma nova regulamentação, nos EUA, garantiu às emissoras abertas locais o direito de cobrar das operadoras de TV paga, para a retransmissão de conteúdo. Antes, só canais fechados podiam cobrar das operadoras.
Mas ainda é muito desigual a negociação entre os pequenos grupos de TV aberta local e as operadoras de TV paga, como Comcast e Time Warner. É para acumular forças --e poder cobrar mais-- que grupos como Tribune e Local TV estão se juntando.
Do lado das operadoras, a consolidação, além do interesse no serviço de acesso à internet, também visa acumular forças para as negociações não só com as emissoras abertas locais mas também com os canais fechados --de grandes grupos já consolidados, como Disney e Viacom.
Em cada uma das pontas do movimento de concentração, o efeito esperado é de aumento no preço para os usuários. As operadoras já testam em certas regiões, por exemplo, preços maiores por acesso diferenciado à internet.
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