Protesto afeta produção em momento delicado, reclamam empresários
As paralisações que atingem o país todo nesta quinta-feira (11) afetam a produção do país em um momento em que a economia passa por um período de desaceleração, afirmam empresários, que se mostraram preocupados com seu possível impacto na indústria e no comércio.
As manifestações fazem parte do "Dia Nacional de Lutas", organizado por centrais sindicais como CUT, Força Sindical e UGT e incluem protestos de metalúrgicos, comerciários, bancários, servidores públicos, entre outros.
Rodovias foram fechadas em oito Estados, enquanto lojas e indústrias deixaram de funcionar. Em São Paulo, os comerciários fecharam as lojas da rua 25 de Março, mais importante centro do comércio popular da capital paulista.
Membros de associações da indústria e do comércio afirmaram ver com contrariedade as paralisações, que fariam o país de "refém".
"O país não pode continuar a sofrer com frequentes paralisações dos meios de transporte e a interrupção do trabalho, pois as empresas necessitam produzir para atender as necessidades da população e para cumprir seus compromissos com fornecedores, trabalhadores e o Fisco", avalia Rogério Amato, presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e da ACSP (Associação Comercial de São Paulo.
As entidades citaram a queda do movimento do comércio e da confiança do consumidor em relação à economia em junho como sinais do mau momento pelo qual o país passa.
Nesse cenário, é necessário "que a sociedade se dedique ao aumento da produção, ao mesmo tempo em que são realizadas as reformas políticas, econômicas e sociais que a população reclama", afirma Amato.
Na avaliação do presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato, a greve "não contribuirá para o diálogo e muito menos para o desenvolvimento do país". O setor afirmou ver a paralisação com "profunda insatisfação e contrariedade".
LOGÍSTICA
Para as empresas de transporte, o impacto das manifestações de hoje deve ser de R$ 1 milhão a R$ 1,5 milhão no faturamento, segundo estimativa do presidente da Abralog (Associação Brasileira de Logística) e diretor executivo de logística da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Pedro Moreira.
"A manifestação está enraizada na democracia. A grande preocupação é que não podemos viver só de manifestações e ficar reféns delas como temos observado nas ultimas cinco, seis semanas", afirma.
Segundo Moreira, o bloqueio de estradas e rodovias reduz de 30% a 40% o tempo disponível para que empresas façam a entrega de mercadorias em grandes centros, o que aumenta o custo das operações de logística e reduz sua produtividade.
Ao menos quatro montadoras foram afetadas pelos atos desta quinta-feira. As unidades da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) e São José dos Pinhais (PR) não produziram. A Ford em São Bernardo do Campo (SP) ficou parada e em Camaçari (BA), o primeiro turno não funcionou. A fábrica da Renault no Paraná deixou de produzir 1.300 veículos e 1.600 motores.
Os protestos têm uma pauta comum ligada aos trabalhadores --como a redução da jornada de trabalho. Mas não houve acordo em relação a temas sensíveis ao governo, como o plebiscito pela reforma política e o combate à inflação, que dividem as centrais.
(PRISCILA JORDÃO E GABRIEL BALDOCCHI)
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