Plano de Abílio Diniz para a BRF inclui corte de custos
O plano do empresário Abilio Diniz e do novo conselho de administração para a BRF está quase pronto. A gigante de alimentos surgiu da fusão entre Sadia e Perdigão.
Ainda não foi batido o martelo, mas estão em análise mudanças na organização da empresa, na equipe de vendas, corte de custos e redução do capital investido.
O objetivo da reestruturação é elevar a lucratividade da BRF e melhorar o retorno para os acionistas.
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Com apoio dos fundos Tarpon e Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Abilio assumiu a presidência do conselho da BRF no início de abril, substituindo Nildemar Secches.
Na época, contratou a Galeazzi & Associados e deu um prazo de cem dias para a reestruturação, que expira em nesse mês. Também trabalham no projeto BCG (Boston Consulting Group) e McKinsey.
Editoria de Arte/Folhapress |
Segundo a Folha apurou, uma parte das mudanças deve ser analisada pelo conselho na reunião marcada para 26 de julho. O restante pode ocorrer no mês de agosto.
A análise dos novos gestores da BRF é que a empresa tem uma estrutura organizacional muito hierarquizada, com a existência de presidente e vice-presidentes.
Está em análise uma estrutura matricial, organizada por áreas e regiões. Uma opção é criar os postos de presidente-executivo global e presidentes-executivos regionais, abandonando a divisão entre mercado interno e externo.
O assunto foi tema de reunião do comitê executivo da BRF, formado por Abílio e pelos conselheiros Sérgio Rosa (Previ), Pedro Faria (Tarpon), e Valter Fontana (ex-Sadia).
Também é possível que ocorram mudanças na equipe de vendas, conforme relatório publicado ontem pelo Bank of America, com base em conversa que analistas tiveram com a direção da BRF.
A BRF possui cinco times de vendas, divididos pelas marcas. A avaliação é que uma divisão por tipo de cliente seria mais eficiente.
Se isso ocorrer, poderia abrir espaço para demitir vendedores, o que não ocorreu após a fusão ou após a venda de ativos para a Marfrig. Na época, a BRF quis evitar que a "inteligência" de vendas fosse para a concorrência.
A empresa também estuda cortes de custos, com mais eficiência nas fábricas e nos centro de distribuição, e redução de investimentos. Para 2013, a projeção é investir R$ 1,5 bilhão, abaixo dos R$ 2 bilhões do ano anterior.
Outro foco de atenção é reduzir o capital imobilizado. Uma hipótese é vender as granjas de matrizes de frango -onde são nascem os pintinhos que serão engordados por terceiros.
Na antiga Sadia, 100% das granjas de matrizes eram próprias. A ideia é estimular os criadores a se tornarem donos das matrizes. Procurada, a BRF não deu entrevista.
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