Em artigo nos jornais, Eike se diz arrependido de ter entrado na Bolsa
O empresário Eike Batista afirmou que se arrependeu de ter aberto o capital de suas companhias na Bolsa de valores.A declaração foi feita em artigo publicado no "Valor" e no "O Globo".
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Segundo ele, se pudesse voltar no tempo, teria estruturado um "private equity" (fundo que investe em empresas, sem o intermédio da Bolsa). Em seu plano, elas permaneceriam fechadas até que Eike estivesse seguro para abrir o capital da companhia.
A primeira empresa a abrir capital foi a MMX, de mineração, em 2006, e a partir dessa data todos os negócios do empresário foram lançados com a mesma estrutura. Apesar de pré-operacionais, todas buscaram com sucesso a Bolsa para se fortalecer financeiramente, e posteriormente, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).
O ambiente de negociação escolhido para as cinco empresas listadas em Bolsa do grupo foi o Novo Mercado, onde a exigência de governança corporativa é maior.
A animação de Eike com o bom desempenho das ações no mercado levou o empresário a acordar numa manhã de 2011 e convocar uma agência de notícias internacional para anunciar a abertura do capital da holding EBX. Os planos não prosperaram e o empresário teve que voltar atrás no anúncio, no ano passado, quando o seu império já demonstrava os primeiros sinais de declínio.
Eike também negou no artigo que tivesse tentando iludir os investidores com a OGX. No texto, ele alega que perdeu bilhões de dólares com a empresa e é o maior perdedor com a crise, e que, portanto, não teria se beneficiado caso ele tivesse tentando iludir alguém.
A OGX abriu capital em 2008, depois de ter sido a grande estrela na 9ª rodada de licitações de áreas de petróleo e gás da ANP (Agência Nacional do Petróleo), no mesmo ano. Na época, a OGX ganhou 21 dos 25 blocos que disputou e pagou por eles R$ 1,567 bilhão.
Agora, a OGX luta contra o tempo para conseguir pagar R$ 376 milhões até final de agosto pelos 13 blocos que adquiriu na 11ª rodada, realizada em abril deste ano. Como garantia para desenvolver os campos, a empresa pediu à ANP que aceitasse a produção futura do campo de Tubarão Martelo, na bacia de Campos, onde tem a parceria de 40% da malasia Petronas.
No artigo, Eike garante que vai honrar todos os seus compromissos. "Não deixarei de pagar um único centavo de cada dívida que contraí", afirmou.
Sobre as outras empresas do grupo negociadas em bolsa, MMX, MPX e LLX, o empresário afirmou que a depreciação de mercado é incompatível com o que elas têm a oferecer. Ele argumenta que a MMX produz 7 milhões de toneladas anuais de minério de ferro. Na abertura do capital da empresa, a promessa é de que estará produzindo 33,7 milhões de toneladas até 2015.
LLX
De acordo com Eike, a LLX vai terminar a construção do Porto do Açu, um pólo industrial em São João da Barra, norte do Estado do Rio de Janeiro, onde no auge já estiveram empregadas 8 mil pessoas.
Com a crise do grupo, 2 mil demissões foram feitas e pelo menos 331 dispensados sem justa causa entraram na Justiça e terão que ser reintegrados. Apesar de algumas empresas estarem se instalando no porto, como destacou o empresário no artigo (Techinp, National Oilwell Varco, BP, GE, Wartsila e Vallourec), muitas desistiram e até o governo do Estado já
interrompeu o processo de remoção de pessoas na retroárea do porto, por falta de demanda para instalação de mais indústrias.
Eike reclamou ainda da injustiça feita pelo mercado com a MPX, de energia elétrica, que segundo ele "possui a maior carteira de projetos licenciados do país". A MPX é a mais saudável empresa do grupo e a menos punida com a desvalorização das ações em bolsa.
As empresas do grupo estão interligadas umas as outras, tendo sido por isso arrastadas para baixo na bolsa junto com a OGX, que havia prometido uma produção que não entregou. A OGX reduziu suas encomendas junto à OSX, que constrói um estaleiro no Porto do Açu, da LLX, que vai escoar o minério da MMX, que por sua vez compra energia da MPX, que produz eletricidade com o gás natural da OGX.
A OGX afirmava que em Tubarão Azul, campo adquirido na 9ª rodada da ANP, seriam produzidos 15 mil barris por poço. Em 2015, estariam com produção de 50 mil barris diários e 400 mil barris diários em 2020, alardeava a empresa.
Com problemas operacionais desde o início da produção, em janeiro de 2012, Tubarão Azul não conseguiu atingir com a soma de três poços nem 10 mil barris diários e deve parar de produzir já em 2014, conforme informado pela própria OGX.
O MAIOR PERDEDOR
Segundo Eike no artigo, ele teve ofertas para vender fatias expressivas da empresa de petróleo quando ela valia US$ 30 bilhões, por isso se considera o maior perdedor entre os acionistas da OGX. Os acionistas minoritários da empresa vem reclamando do que chamam de falsas promessas do empresário, com alguns ameaçando entrar na Justiça pedindo o confisco dos seus bens. Os papéis da empresa hoje valem 3% do que valiam há três anos.
"É injusto e inaceitável, por outro lado, ouvir que induzi deliberadamente alguém a acreditar num sonho ou numa fantasia. Quem mais acreditou na OGX fui eu", diz o bilionário que chegou a ocupar a 7ª posição entre os homens mais ricos do mundo e após a derrocada do seu império na bolsa brasileira não aparece mais entre os 100 mais da publicação.
Ele afirmou no artigo, que muita gente ganhou dinheiro com um movimento especulativo, com venda a descoberto no mercado e vazamento de informações, conforme revelou a Folha em matéria sobre aluguel de ações na última quarta-feira.
"O que posso dizer a essas pessoas é que acreditei nesse cenário tanto quanto elas", disse no artigo.
Por fim, Eike disse que está longe de se aposentar, ao contrário do que, segundo ele, a mídia tem falado."Tenho 57 anos e muita energia para arregaçar as mangas e tirar no papel novos projetos", afirmou.
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