Inflação de julho foi 'melhor momento' e não se repetirá, diz diretor do BC
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, acredita que a inflação de julho não se repetirá nos próximos meses. A previsão é de índices mensais mais fortes, mas com números menores para os acumulados em 12 meses, que passarão a incorporar dados mais favoráveis.
"De janeiro a julho, de um modo geral, nós tivemos a inflação mensal recuando e, de agora em diante, é plausível afirmar que a inflação mensal teve o melhor momento em julho e que tenda a ser maior", afirmou.
Hamilton acredita que o nível de julho da inflação oficial, de 0,03%, deve ser a menor do ano. A variação do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi a menor desde julho de 2012 graças aos alimentos e transportes.
Em 12 meses, o índice acumula alta de 6,27% até julho, próximo do teto de 6,5% da meta de inflação do governo, de 4,5% com banda de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A declaração do diretor ocorre a duas semanas da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para os dias 27 e 28, quando será definido o novo patamar para a taxa Selic.
O Copom começou a elevar o juro básico em abril para segurar a escalada de preços, quando a taxa Selic passou de 7,25% para 7,5% ao ano e, após mais duas altas de 0,5 ponto percentual, está atualmente em 8,5%.
O mercado acredita que o BC continuará com seu ciclo de aperto monetário e vê a Selic a 9,25% no final do ano, segundo pesquisa Focus. A expectativa é que uma nova alta de 0,50 ponto percentual na taxa seja anunciada na reunião do Copom de agosto.
ACUMULADO
O diretor também reforçou que a inflação em 12 meses deverá entrar em declínio neste segundo semestre.
"Tivemos inflação muito elevada no final do ano passado, então esses números, à medida que o tempo passa, vão sendo substituídos", afirmou o diretor.
Hamilton reconheceu que há repasse cambial para os preços e reforçou que a "condução adequada da política monetária" ajuda a mitigar esse movimento.
Desde maio, o dólar acumula valorização superior a 14% ante o real, refletindo uma maior desconfiança com a economia brasileira e a expectativa de que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, irá reduzir o seu programa de estímulo monetário, que tem garantido alta liquidez internacional.
O diretor negou que a autoridade monetária tenha mudado sua atuação no mercado cambial e acrescentou que a ação do BC continua "a mesma desde sempre", reforçando que não há compromisso com taxas de câmbio.
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