Walmart trava disputa com Amazon para ganhar mercado em vendas on-line
Pressionado pela concorrente Amazon, gigante do comércio on-line, o grupo Walmart, maior varejista do mundo, entrou na disputa para valer para conquistar mais clientes no e-commerce e competir por engenheiros talentosos que possam incrementar os negócios do grupo.
Em cartazes de recrutamento espalhados na região do Vale do Silício (região da Califórnia que abriga grandes empresas de tecnologia), a empresa oferece regalias que vão desde locais de trabalho com esteira e mesas de pebolim instaladas até salas de conferências batizadas em homenagem a celebridades como Rihanna e Justin Bieber.
O Walmart "corre" para investir e desenvolver tecnologia que permita avançar no e-commerce e briga com a gigante Amazon não só na contratação de mão de obra mas também
na guerra travada para entregas no mesmo dia e por preços mais baixos.
As duas varejistas também concorrem para controlar as vendas na internet e em todas as compras físicas. Enquanto o Walmart investe recursos pesados em tecnologia, a Amazon amplia sua presença física nos Estados Unidos, construindo armazéns e locais de coletas.
A movimentação das duas empresas indica que os gigantes do comércio acreditam que o futuro do varejo não está só nas vendas físicas, nem apenas no on-line, mas em um combinação das duas formas.
Pela primeira vez em décadas, o Walmart tem um concorrente que ameaça de fato a sua liderança e avança em participação nesse mercado.
"Não pense nem por um segundo que Jeff Bezos não é um capitalista", disse Neil M. Ashe, presidente-executivo da área global de e-commerce do Walmart, ao se referir a Bezos, fundador e CEO da Amazon, e sua crença em preços baixos e margens apertadas. "Eles [os concorrentes] estão apenas jogando um jogo, que é 'nós apenas estamos esperando o mundo'".
A Amazon preferiu não comentar a afirmação, segundo cita a reportagem.
Embora a concorrência acirrada entre Walmart e Amazon ocorra em todas as áreas, para obter vantagens tecnológicas sobre a empresa o Walmart tem de ter sucesso em San Bruno, localizada na região próxima ao Vale do Silício. O grupo está na área de forma discreta com um pequeno escritório há cerca de uma década, mas, até recentemente, os engenheiros que atuam no ramo mal sabiam que esse escritório existia.
O contrato é de três anos para o Walmart manter o escritório em San Bruno, no norte do Vale do Silício - no local, do outro lado da rua, está o YouTube. Também investe para abrir outro ponto em Sunnyvale, área onde está instalada o Yahoo, no coração do vale. "[O Walmart] está se esforçando para provar que é um dos caras legais", diz Ashe.
TRATAMENTO 'DIFERENCIADO'
Um dos exemplos que o grupo dá para mostrar esse esforço é que nos eventos para imprensa em Bentonville (Arkansas), sede do Walmart, o menu tende a ser sanduíches de presunto, batatas chips e chá gelado. Mas, em um evento recente em San Bruno, a opção foi nem mais incrementada: o menu incluiu espargos brancos panna cotta com tartar de salmão defumado, cogumelos, além de um leitão inteiro servido para os presentes.
Adotando uma página do Google e Twitter, a empresa também oferece a parte da equipe o conhecido como "dia de hackers", quando os engenheiros podem trabalhar em qualquer coisa que quiserem.
As mudanças que ocorrem no grupo não estão somente relacionadas a imagem. Neste ano, a @ WalmartLabs, divisão que comanda os negócios on-line do grupo, adquiriu quatro empresas start-ups - Torbit, OneOps, Labs e Inkiru, com o objetivo de construir soluções tecnológicas para entender dados e aceleras sites.
As aquisições incluíram alguns dos fundadores e coordenadores dessas start- ups, prática das empresas do Vale do Silício para contratar funcionários talentosos que precisam para construir melhores plataformas na web e ferramentas mais eficientes.
Em San Bruno, o grupo ainda tem centenas de postos de trabalho abertos em seu escritório. Recentemente, contratou 150 pessoas vindas do Yahoo e do e-Bay.
A empresa anda a passos rápidos, segundo engenheiros, porque sabe que tem grandes problemas problemas para resolver.
Há um banco de dados digitais (big data) para lidar e outro conjunto com informações digitais do próprio Walmart (dados com grande volume, variedade para serem usados que requer soluções tecnológicas ágeis), destaca Ravi Raj, vice-presidente para dispositivos móveis e rede sociais do @WalmartLabs.
"Toda semana liberamos meia dúzia para essa finalidade", diz Rick Devine, presidente da TalentSky, empresa de recrutamento do Vale do Silíico, que já atuou para o Walmart antes, e que considera a empresa um local atraente para jovens engenheiros." Ainda assim, a concorrência é feroz", disse.
"O tipo de pessoas que procuram [para atuar com big data e e-commerce] são os mesmos que outros do Vale do Silício disputam", diz
A Amazon, que é de Seattle, também está no vale. Sua empresa de pesquisas, a Lab126, está a poucos quilômetros da sede da Apple, foi responsável pelo desenvolveimento do Kindle e trabalha atualmente em outros dispositivos móveis.
PESO-PESADO
A Amazon, considerada o peso-pesado do mundo on-line, prevê receita de US$ 74,4 bilhões neste ano. Já a receita total estimada pelo Walmart é de cerca de US$ 500 bilhões, sendo que US$ 10 bilhões desse total devem vir do e-commerce, para o período encerrado em janeiro de 2014.
Em agosto, foram 62,5 milhões de visitantes no Walmart.com, enquanto no Amazon foram 133 milhões; de acordo com a Competir, empresa que monitora o uso da web.
" Amazon é o Walmart do período pós ano 2000 ", disse Matt Nemer, analista da Wells Fargo.
O Walmart demorou a dar destaque ao segmento de compras on-line, manteve suas operações de web separadamente e aos poucos foi adotando novas tecnologias. Mas atualmente, porém, tenta transformar suas 4.100 lojas nos Estados Unidos e muitas das 6.200 lojas no exterior em estabelecimentos ativos no e-commerce.
Além disso, já permite aos clientes buscar encomendas on-line em suas lojas e tenta entregar a mercadoria no mesmo dia em cinco mercados, com delivery de alimentos em algumas regiões.
Segundo executivos, o Walmart quer se tornar quase tão rápido como a Amazon, principalmente para atender aqueles que não podem pagar a taxa de US $ 79 de serviço de entrega Prime da Amazon, com prazo de envio de dois dias livres.
Já a Amazon vem construindo armazéns em todo os Estados Unidos, enquanto tenta agilizar sua navegação e conquistar espaço na entrega de supermercado on-line.
No exterior, a empresa também avança rápido, com serviços de entrega de produtos no mesmo dia e também de mantimentos.
Em reação, o Walmart renovou sua tecnologia on-line e em dispostivos móveis. Tem ainda software para atender as mídias sociais como Pinterest (para produtos populares) e monitorar os preços on-line, reduzi-los adequadamente ou alertar comerciantes.
A varejista criou ainda um aplicativo móvel que vira para o modo "in-store", assim que os clientes entram em uma loja do grupo e os orienta para a seção de leite ou aipo, de acordo com o que quer comprar, além de oferecer cupons digitais.
Segundo analistas do setor, embora a escala e a rentabilidade do Walmart lhe garantam vantagem no mercado, é a Amazon que tem ampla liderança na web.
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