Presidente da Shell nega acordo para beneficiar Petrobras
O presidente da Shell Brasil, André Araújo, disse que cada uma das empresas integrantes do consócio vencedor do campo de Libra irá aportar recursos correspondentes à sua participação. O executivo negou que tenha havia "um acordo" para que as duas empresas chinesas financiem uma fatia maior para compensar a presença tímida dentro do grupo que se associou para o leilão do pré-sal.
"Cada empresa fará a sua parte no investimento. Não há acordo nenhum", disse Araújo, após o leilão.
Circularam informações que a formação de um grande consórcio, único a concorrer e que arrematou o campo, só foi possível porque as duas estatais chinesas CNOOC e CNPC entraram com uma parcela pequena no consórcio porque financiaria a Petrobras, que sofre com restrição de caixa.
Cada estatal da China ficou com uma fatia de 10% do campo, menos dos que as europeias Shell (20%) e Total (20%). A Petrobras levou um percentual adicional de 10% na associação, além dos 30% obrigatórios por lei.
EXPLORAÇÃO
Araújo disse que a "a intenção é fazer o mais rápido possível" a exploração do campo de Libra e cumprir o programa mínimo estabelecido pela ANP --perfuração de dois poços exploratórios para melhor delimitar o campo e outro poço de teste de produção. O ritmo dos trabalhos, porém, dependerá da Petrobras, operadora do campo. Tal posição confere à estatal brasileira a prerrogativa de perfurar os poços, contratar serviços e empregados e definir os rumos da concessão, sempre com a anuência dos sócios.
A lei determina também que a Petrobras tem de ser sempre operadora dos campos do pré-sal.
PARTILHA
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriad, se disse satisfeita com o resultado, mesmo que apenas um consórcio tenha dado lance para o campo. Citou o porte das empresas vencedoras e ressaltou que todas, inclusive a Petrobras, possuem contratos de partilha da produção ao redor do mundo.
A executiva ressaltou ainda que o campo de Libra será o com maior participação governamental no mundo, apesar da contrapartida de entrega de óleo para a União tenha ficado no mínimo previsto --41,65% da produção total do campo.
Indagado quando virá a próxima oferta, o ministro Edson Lobão (Minas e Energia) disse não ter uma data ainda.
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