Marfrig tem prejuízo de R$ 194 milhões, mas câmbio ajuda receita
O grupo Marfrig, segundo maior frigorífico do Brasil em capacidade de abate, registrou prejuízo de R$ 194 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 59% em relação ao resultado negativo apurado no segundo trimestre.
Segundo Sergio Rial, que em janeiro assume a presidência da companhia, o resultado foi influenciado por efeitos da variação cambial sobre despesas financeiras da Seara já transferidas para a JBS, que em junho deste ano comprou a empresa do Marfrig. Excluindo esses efeitos, o prejuízo seria de R$ 92 milhões.
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Mas, se por um lado o câmbio elevou as despesas financeiras, a variação do dólar contribuiu para uma melhora do resultado operacional da empresa, que tem 44% da receita atrelada à moeda norte-americana.
A receita líquida da companhia aumentou 11% no terceiro trimestre, em relação ao anterior, para R$ 4,9 bilhões. "Uma desvalorização de 10% do real pode gerar crescimento da receita operacional líquida de quase 10%. Somos beneficiadas por um dólar mais forte. O contexto macroeconômico poderá nos ajudar na estratégia da empresa nos próximos anos", disse Rial nesta terça-feira, durante teleconferência com analistas.
O câmbio mais favorável incentivou as exportações brasileiras de carne bovina "in natura", que cresceram 55% em volume no terceiro trimestre. Em receita, as exportações de carne "in natura" do Marfrig, a partir do Brasil, avançaram 35%, para R$ 548 milhões.
Com o direcionamento de maior volume para o exterior, o volume de vendas no mercado interno caiu 6%. Mas a empresa aproveitou o cenário de alta no preço das proteínas para elevar em 13% os preços médios praticados, o que resultou em um aumento de 6% na receita dessa divisão em relação ao segundo trimestre.
A empresa também destacou o desempenho de suas operações fora do Brasil. A Moy Park, empresa do grupo com operações na Europa, aumentou a receita em 8% devido à melhora nas operações de food service e no varejo. Na Keystone, empresa com forte presença nos EUA e na Ásia, a receita aumentou 15% na mesma comparação, com a recuperação do consumo de aves na China após os impactos de gripe aviária no continente.
O endividamento ficou em R$ 9,12 bilhões, ante R$ 11,1 bilhões no segundo trimestre deste ano.
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