Petrobras despenca mais de 8% após nova política de preços e derruba Bolsa
A decepção do mercado com o reajuste da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras, além da falta de detalhes sobre a nova política de preços da estatal, faz com que as ações da empresa derretam nesta segunda-feira (2) e sustentem a Bolsa brasileira no vermelho.
Os papéis mais negociados da Petrobras tinham queda de 8,57%, às 16h (horário de Brasília), enquanto os ordinários (menos negociados, com direito a voto) mostravam desvalorização de 9,77%. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice do mercado nacional, cedia 2,17%, a 51.340 pontos. As ações da estatal, juntas, representam cerca de 12% do índice.
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A Petrobras aprovou na última sexta-feira (29) uma nova política de preços, que começou com um aumento de 4% para gasolina e 8% para o diesel, nas refinarias. Nos postos, o aumento da gasolina ficou perto de 2%. Para o diesel, de 5%.
Em nota, a estatal deixou claro que os critérios de reajuste não serão divulgados, mas disse que o modelo irá garantir a "convergência dos preços internacionais dos combustíveis ao mercado doméstico". Esse processo é considerado essencial por especialistas para que a empresa reduza o prejuízo e consiga manter seu modelo de negócios.
"O reajuste foi abaixo do que a Petrobras precisa para fechar o 'gap' em relação aos preços internacionais [dos combustíveis] e acabar com as perdas", diz Marcos Sequeira, do Deutsche Bank, em relatório. "O mercado deve temer que essa pode ser o último aumento dos preços até a eleição presidencial de 2014", acrescenta.
Segundo o analista-chefe da XP Investimentos, William Alves, "a companhia permanecerá sendo afetada [pela diferença dos preços], destruindo valor para os acionistas, pois diesel representa 42% da composição das receitas com venda de derivados e gasolina representa 24%".
Por esse motivo, Alves recomenda a venda dos papéis da Petrobras, e diz que as ações ordinárias da estatal tendem a sofrer mais, "pois não se vislumbra o retorno do pagamento de dividendos (parte do lucro distribuída aos acionistas) para esta classe de ativos".
A equipe de análise do Citigroup rebaixou a recomendação às ações da estatal de compra para neutra, ressaltando que o reajuste anunciado veio menor do que eles projetavam.
O valor também não agradou o BGT Pactual. "Não sabemos se este é um sinal do tamanho médio das altas dos preços no futuro", dizem Gustavo Gattass e Stefan Weskott em relatório.
As ações mais negociadas da mineradora Vale também operam no vermelho e ajudam a sustentar a queda da Bolsa no dia. Às 16h, a desvalorização era de 0,42%, depois que a empresa disse que irá reduzir em 9,2% seus investimentos em 2014. Esses papéis representam mais de 8% do Ibovespa.
Esta segunda-feira também marca o dia em que a BM&FBovespa divulgou a prévia da composição do Ibovespa entre janeiro e abril de 2014. É a primeira composição que considera parcialmente a nova metodologia de cálculo do índice.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,98% em relação ao real, às 16h, cotado em R$ 2,357 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançava 0,89%, a R$ 2,358.
Segundo operadores, o movimento reflete a cautela dos investidores com o cenário fiscal brasileiro e a possível redução dos estímulos monetários americanos em breve. Além disso, o cenário negativo do mercado de ações impulsiona a demanda por aplicações consideradas mais seguras, como o dólar, o que dá força para a alta da moeda.
O Banco Central deu continuidade pela manhã ao seu programa de intervenções diárias no câmbio para aumentar a liquidez do mercado e segurar a alta da moeda americana.
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Atualizado em 31/05/2024 | Fonte: CMA | ||
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