Indústria melhora e reforça previsão de crescimento para 4º trimestre
Após um terceiro trimestre frustrante e com o PIB em queda superior à prevista pelo governo, a economia começa a dar sinais de reação. O primeiro indicador positivo é o crescimento da produção da indústria em outubro, que veio um pouco melhor do que as expectativas de mercado.
Indústria sustenta tendência de recuperação e cresce 0,6% em outubro
O número corrobora as previsões de que o país voltará a crescer no quarto trimestre e traz ainda uma notícia favorável. Os investimentos sinalizam uma retomada, com a alta de 0,6% da fabricação de bens de capital --máquinas, equipamentos e veículos usados na produção de outros bens, na distribuição de produtos e no transporte.
Essa categoria é o principal componente dos investimentos, ao lado da construção --que foi o destaque negativo no terceiro trimestre.
A queda de 2,2% dos investimentos foi a principal responsável pela retração de 0,5% do PIB, resultado que esfriou as expectativas de empresários e analistas. Alguns passaram a prever um crescimento um pouco menor, de 2,2% a 2,3%, neste ano. Antes, o consenso apontava para 2,5%.
"Depois da ducha de água fria que foi o PIB ontem, este dado de produção trará algum alento", diz a Rosenberg e Associados, em relatório.
Menos otimista, José Kobori, coordenador de MBA Finanças do Ibmec/DF, reconhece a melhora da indústria, mas diz que o crescimento do setor é "bastante tímido ainda".
O economista cita o crescimento acumulado no ano de 1,6% da produção do setor, inferior às previsões mais alentadoras de 2,5% do PIB neste ano. Em 12 meses até outubro, a produção subiu 1% --dado que foi contaminado pelo fraco desempenho dos últimos meses de 2012.
O professor afirma ainda que a "melhora discreta" dos três últimos meses não foi suficiente para compensar as perdas anteriores. Nos três meses encerrados em outubro, o setor acumulou uma alta de 1,6%, ante uma perda de 2,3% de maio a julho.
INVESTIMENTO
O problema principal da economia brasileira, argumenta Kobori, é a falta de investimentos. O sinal de reação da produção de bens de capital, que também cresce por três meses seguidos, não é "suficiente para compensar o que deixou de ser feito.
"É preciso ter regras mais claras para atrair investimentos em diversos setores", diz.
De todo modo, tanto a indústria como o PIB devem crescer no quarto trimestre, embora em ritmo moderado, segundo analistas. Os investimentos também tendem a reagir.
Economistas ainda refazem suas projeções para o PIB do quarto trimestre diante do resultado melhor do que o previsto da indústria.
Para a produção industrial, a LCA fez uma estimativa prévia de queda de 0,9% de outubro para novembro, muito em razão do fator pontual de três dias úteis a menos em novembro.
A consultoria ressalta, porém, que existem sinais de avanço como a pequena melhora da confiança de empresários em novembro --algo que também pode estimular outros ramos do PIB, como construção e serviços.
Por outro lado, os estoques elevados, especialmente de veículos, são um limitador ao crescimento da indústria. Esse fator já foi o responsável pela queda de 0,6% da fabricação de bens duráveis --categoria que abarca ainda eletrodomésticos e móveis, afetados pelo fim do IPI reduzido.
Sobre o PIB, Kobori afirma que o resultado do último trimestre do ano deve apresentar "uma recuperação modesta". "Até porque o PIB sempre tende a crescer nesse período de festas de final de ano e maior renda disponível das famílias [com o décimo terceiro]. Esse é um fenômeno que acontece em muitos outros países também."
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