Retirada rápida de estímulos nos EUA é boa para o Brasil, diz gestor do HSBC
Quanto antes os EUA anunciarem a retirada dos estímulos à sua economia, melhor para o Brasil. Na avaliação de Pedro Bastos, presidente da gestora de recursos do HSBC, isso encerraria a fase de retração de investimentos para o país e provocaria uma revalorização de ativos brasileiros, penalizados com a decisão americana.
Bastos tem sob sua responsabilidade R$ 88 bilhões de recursos de investidores no Brasil. São brasileiros e estrangeiros que decidiram aplicar no país.
"O tapering [termo em inglês para o fim do programa de compra de títulos no mercado dos EUA] tira a nuvem incerteza do caminho e dá maior estabilidade ao mercado interno", disse Bastos a jornalistas, em encontro nesta quarta-feira (11).
Bastos afirmou que os preços dos ativos já contemplam a mudança e que esse suspense só gera volatilidade aos mercados. Na sua opinião, a recuperação da economia americana é um fato, que pode ser observado em dados de aumento do emprego, da volta da industrialização e ainda da redução dos estoques de imóveis.
Isso já seria suficiente para a retirada dos estímulos na reunião deste mês, avalia o gestor. Entretanto, sua previsão é que o programa só seja interrompido no início de 2014, uma vez que o Fed (banco central dos EUA) está passando por uma troca de comando neste momento. Janet Yellen assumirá o posto de Ben Bernanke em fevereiro.
Bastos antevê um primeiro semestre ainda "conturbado" para a economia brasileira, mas espera que o segundo seja marcado pela recuperação dos investimentos estrangeiros em ativos do mercado financeiro (ações e títulos).
Na sua avaliação, as eleições trarão pouca volatilidade aos negócios, uma vez que os candidatos à presidência tendem a discutir como fazer a economia mais eficiente para retomar o crescimento mais forte. Isso tende a atrair recursos estrangeiros, a exemplo do que ocorreu no México na eleição do atual presidente Enrique Peña Nieto.
Para Bastos, o "calcanhar de aquiles" do país é a fragilidade fiscal. O governo abriu mão de receita e não conseguiu acelerar o crescimento da economia. Ainda assim, ele não acredita que as agências de classificação de risco rebaixem a nota de crédito do Brasil. "Este não é o cenário mais provável", disse.
Sua avaliação é de que o crescimento será maior no ano que vem, o que ajudará a arrecadação do governo e demandará uma contenção de despesas relativamente pequena para manter a dívida pública estável.
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