Bolsa inverte tendência e cai, pressionada por ações da Vale
Pressionado pelas ações da mineradora Vale, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, inverteu a leve alta vista pela manhã e opera com ligeira perda nesta tarde de sexta-feira (13). Com este desempenho, o índice caminha para fechar a semana com baixa acumulada em torno de 1%.
"Não há motivo específico que justifique a queda da Vale hoje. Estamos novamente em um dia de baixo volume na Bolsa, o que torna as oscilações dos papéis e do Ibovespa instáveis", diz Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora.
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Às 15h (horário de Brasília), o Ibovespa tinha desvalorização de 0,21%, a 50.013 pontos. No mesmo horário, as ações mais negociadas da Vale, que representam mais de 8% do índice, cediam 1,18%.
"Geralmente nos últimos dias do ano o volume da Bolsa fica mais fraco. Estamos percebendo que isso aconteceu um pouco mais cedo em 2013", avalia Revi. Às 15h, havia sido movimentado na Bolsa a cifra de R$ 2,9 bilhões --bem inferior à média de R$ 7 bilhões diários de novembro.
Analistas dizem, no entanto, que o volume pode voltar a se fortalecer no início da semana que vem, quando haverá o vencimento de opções --contratos que apostam no preço futuro de ações e índices da Bolsa.
O mercado avalia a notícia de que, após se contrair no terceiro trimestre, a economia brasileira apresentou recuperação em outubro acima do esperado, com alta de 0,77%, segundo estimativa do Banco Central. "Embora seja positivo, o dado não tem força para mudar o rumo da Bolsa hoje", completa Revi.
Isso porque os investidores continuam cautelosos em relação ao futuro do estímulo econômico nos Estados Unidos diante da proximidade do último encontro do Federal Reserve (banco central americano) em 2013, nos dias 17 e 18 de dezembro.
Apesar de a aprovação do orçamento dos EUA até 2015 ter dado certo alívio aos investidores, continua gerando incerteza a questão sobre quando o Fed começará a cortar seu programa de recompra de US$ 85 bilhões por mês em títulos públicos, adotado em 2009 para estimular a economia americana.
A grande preocupação é com o fato de que um corte do estímulo nos EUA deve enxugar a entrada de capital estrangeiros em outros países, especialmente emergentes, como o Brasil, que vinham recebendo em forma de investimentos parte da injeção mensal de recursos do Fed na economia americana.
"A falta de informação sobre quando exatamente o corte começará e de que forma é o que gera tensão na Bolsa", explica Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. O Fed já anunciou sua intenção de dar fim ao incentivo em 2014, mas disse, porém, que só começará a cortar seu programa quando o mercado de trabalho americano mostrar melhora significativa.
"Não será um corte abrupto. O Fed não dará esse tiro no próprio pé, por isso fará a retirada do estímulo de forma gradual, o que deve reduzir o impacto negativo sobre as Bolsas emergentes", diz Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da corretora Icap.
Às 15h, a ação do Pão de Açúcar subia 0,67% depois de sua unidade de eletroeletrônicos e móveis, Via Varejo, realizar a segunda maior oferta pública de ações na Bolsa brasileira do ano.
Já os papéis da Cemig tinham perda de 2,02%, às 15h, depois que sua controlada Taesa venceu o lote A do leilão de transmissão de energia realizado na Bolsa nesta sexta-feira, ao oferecer um desconto de 4,76% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) máxima definida para o certame. As ações da Taesa, que não integram o Ibovespa, cediam 1,76%.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,32% em relação ao real, às 15h, cotado em R$ 2,337 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,21%, também a R$ 2,338.
Hoje, o Banco Central brasileiro ofertou US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 6 de março de 2014, como parte de seu programa de intervenções diárias.
A autoridade também realizará nesta tarde o quinto leilão para rolar contratos de swap cambial tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em 2 de janeiro do ano que vem, com a oferta de até 20 mil papéis.
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