Bolsa fecha a 4ª semana seguida no vermelho em dia de poucos negócios
Após ter atravessado mais um dia de poucos negócios, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou esta sexta-feira (13) em leve queda de 0,14%, a 50.051 pontos. Com este desempenho, o índice encerrou sua quarta semana seguida no vermelho, com baixa acumulada de 1,75%.
"O baixo volume da Bolsa tornou as oscilações dos papéis e do Ibovespa instáveis", disse Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora. O índice chegou a ter ganho de 0,79% ao longo do dia e perda de 0,23%.
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"Geralmente nos últimos dias do ano o volume da Bolsa fica mais fraco. Estamos percebendo que isso aconteceu um pouco mais cedo em 2013", avaliou Revi. O volume financeiro movimentado na Bolsa hoje foi de R$ 5,498 bilhões --bem inferior à média de R$ 7 bilhões diários de novembro.
Analistas disseram, no entanto, que o volume pode voltar a se fortalecer no início da semana que vem, quando haverá o vencimento de opções --contratos que apostam no preço futuro de ações e índices da Bolsa.
O mercado avaliou a notícia de que, após se contrair no terceiro trimestre, a economia brasileira apresentou recuperação em outubro acima do esperado, com alta de 0,77%, segundo estimativa do Banco Central. "Embora seja positivo, o dado não teve força para mudar o rumo da Bolsa hoje", completou Revi.
Isso porque os investidores continuam cautelosos em relação ao futuro do estímulo econômico nos Estados Unidos diante da proximidade do último encontro do Federal Reserve (banco central americano) em 2013, nos dias 17 e 18 de dezembro.
Apesar de a aprovação do orçamento dos EUA até 2015 ter dado certo alívio aos investidores, continua gerando incerteza a questão sobre quando o Fed começará a cortar seu programa de recompra de US$ 85 bilhões por mês em títulos públicos, adotado em 2009 para estimular a economia americana.
A grande preocupação é com o fato de que um corte do estímulo nos EUA deve enxugar a entrada de capital estrangeiros em outros países, especialmente emergentes, como o Brasil, que vinham recebendo em forma de investimentos parte da injeção mensal de recursos do Fed na economia americana.
"A falta de informação sobre quando exatamente o corte começará e de que forma é o que gera tensão na Bolsa", explica Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. O Fed já anunciou sua intenção de dar fim ao incentivo em 2014, mas disse, porém, que só começará a cortar seu programa quando o mercado de trabalho americano mostrar melhora significativa.
"Não será um corte abrupto. O Fed não dará esse tiro no próprio pé, por isso fará a retirada do estímulo de forma gradual, o que deve reduzir o impacto negativo sobre as Bolsas emergentes", diz Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da corretora Icap.
A ação do Pão de Açúcar fechou em alta de 0,25%, depois de ter subido mais de 2% ao longo do dia, diante da notícia de que sua unidade de eletroeletrônicos e móveis, Via Varejo, realizou a segunda maior oferta pública de ações na Bolsa brasileira do ano.
Já os papéis da Cemig tiveram perda de 2,57%, depois que sua controlada Taesa venceu o lote A do leilão de transmissão de energia realizado na Bolsa nesta sexta-feira, ao oferecer um desconto de 4,76% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) máxima definida para o certame. As ações da Taesa, que não integram o Ibovespa, cederam 1,45%.
CÂMBIO
Depois de duas altas seguidas, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve queda de 0,41% em relação ao real hoje, cotado em R$ 2,335 na venda. Na semana, porém, houve avanço de 0,30%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,34% no dia, também a R$ 2,335. Na semana, houve alta de 0,34%.
Hoje, o Banco Central brasileiro ofertou US$ 1 bilhão com compromisso de recompra em 6 de março de 2014, como parte de seu programa de intervenções diárias. A autoridade também realizou o quinto leilão para rolar contratos de swap cambial tradicionais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimento em 2 de janeiro do ano que vem, com a oferta de até 20 mil papéis.
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