Credit Suisse financiará software para reduzir custo com tecnologia
O Credit Suisse financiará um mercado on-line para software dirigido a bancos de investimentos e fundos de investimento, na mais recente tentativa de um banco para conter a disparada nos custos de tecnologia do setor.
O lançamento do Eco Financial Technology, no mês que vem, mostra a enorme pressão que os bancos de investimentos vêm sofrendo para conter a rápida alta de seus custos, em meio a uma transição para as transações eletrônicas e a um aperto na regulamentação que elevam as despesas com tecnologia.
"Os custos de plataformas e da tecnologia da informação são uma das maiores dores de cabeças para os executivos dos grandes bancos", diz Chris Wheeler, analista do Mediobanca.
O objetivo do novo mercado bancado pelo Credit Suisse é reduzir a carga de custos por meio de uma loja de aplicativos especializados que permitiria que bancos, fundos de investimento e produtores de software vendessem aos demais participantes os programas desenvolvido por eles.
Mas diversos outros esforços recentes para dividir custos de tecnologia por meio de parcerias e projetos de software livre em geral fracassaram, graças à animosidade entre os bancos e a uma longa tradição de software exclusivo.
Executivos financeiros falam da Lodestone Foundation como exemplo cautelar. A iniciativa do Deutsche Bank para promover o compartilhamento de software de operações e mercado com todo o setor foi lançada no ano passado, mas pouco avançou desde então.
Uma pessoa próxima ao projeto afirma que o banco alemão assinou acordo com dois outros bancos para desenvolver software livre e que continua comprometido com o projeto.
Grandes bancos de investimento como o JPMorgan ou o Deutsche Bank gastam bilhões de dólares em tecnologia ao ano, e maioria deles transferiu suas centrais de processamento de dados a países de baixo custo e promoveu grandes cortes de pessoal.
Mas isso não foi suficiente para conter os custos. As despesas com software de monitoração de riscos, por exemplo, dispararam em 50% nos últimos três anos, de acordo com estimativas da consultoria McKinsey.
O mercado Eco, sediado em Londres e comandado por Ian Green, antigo vice-presidente de comércio de títulos de renda fixa, câmbio e commodities do Credit Suisse, oferecerá uma estrutura legal e de aquisição para as transações e ajudará nos contratos de assistência técnica.
Também avaliará o software em termos de qualidade e adequação às necessidades dos compradores.
"Os grandes bancos usam muito mais software até do que as companhias de software. Contam cada qual com milhares de aplicativos e precisam encontrar maneiras de produzir número menor de aplicativos e monetizar aqueles em que investem", disse Green.
Os especialistas em software estão céticos quanto à possibilidade de sucesso rápido. Jeffrey Wallis, presidente da SunGard Consulting Services, afirmou que os bancos vêm tentando há anos comercializar seu software, mas descobriram que os programas são especializados demais para que sejam transferidos com facilidade à plataforma de outro banco.
"É uma ideia que pode não conquistar o mercado de imediato, porque muitos produtos ainda não se enquadram ao perfil. Mas é um reflexo do fato de que os bancos se tornaram mais parecidos com empresas de tecnologia", disse Wallis.
Green disse que o Eco havia atraído o interesse de diversas empresas, e que antecipava que as primeiras transações seriam realizadas tão logo o mercado entre em operação, em janeiro. Ele planeja obter capital adicional de bancos, fundos de hedge e companhias de software na segunda metade do ano que vem, para fim ampliar sua base de investidores.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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