Comércio e indústria fazem São Paulo perder peso no PIB
Apenas seis cidades --todas capitais-- concentravam quase um quarto do PIB brasileiro em 2011. Dessas, o principal destaque era São Paulo, embora o município mais rico do país tenha perdido espaço na geração de bens e serviços naquele ano.
O peso de São Paulo, que estava em 12,1% em 2007, caiu para 11,5% em 2011. Na lista das cidades com maior participação no PIB de 2011, constavam ainda Rio de Janeiro (5,1%), Brasília (4%), Curitiba (1,4%), Belo Horizonte (1,3%) e Manaus (1,2%).
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As posições de todas foram mantidas desde 2007. No período, quase todas também permaneceram com praticamente o mesmo peso na economia nacional, exceto o Rio, que, assim como São Paulo, tinha uma participação maior em 2007 --5,3%.
Os dados integram a publicação "Produto Interno Bruto dos Municípios", divulgada nesta terça-feira pelo IBGE. A concentração da economia brasileira fica clara quando se comparam os dados do PIB com a população.
Juntas, essas seis cidades correspondiam a 23,8% de toda a produção de bens e serviços no ano de 2011. O peso delas no total de habitantes do país, porém, era menor: 13,7%. O peso de São Paulo na economia era quase o dobro de sua participação na população (5,9%).
O declínio da capital paulista coincide com o menor espaço da indústria na economia. O setor tem em São Paulo seu maior polo no país.
A perda de espaço no PIB na maior cidade do país está ligada também à migração de parte da atividade comercial para cidades do entorno, diante da melhora da logística proporcionada pelo rodoanel. Com isso, muitas empresas foram para Baueri.
Em todas as cidades, porém, o grande destaque é o comércio e o setor de serviços, sempre mais concentrados nas maiores cidades. Em Brasília, por exemplo, o setor financeiro era o destaque graças à presença da sede dos bancos públicos. A exceção era Manaus, cuja força de sua economia se deve à indústria instalada na zona franca.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
OUTRAS CIDADES
Pelos dados do IBGE, outras seis capitais, como Porto Alegre (1,1%) e Fortaleza (1%), integram a lista com cidades com peso superior a 0,5% do PIB do país em 2011.
Além delas, outras 11 cidades do interior ou de regiões metropolitanas integravam esse recorte. Entre elas, estavam Guarulhos (1%), Campinas (1%) e Osasco (1%).
Desse grupo, a cidade que teve o maior ganho de participação desde 2007 foi Campos dos Goytacazes (RJ), cujo peso de 0,9% em 2011 subiu em 0,2 ponto percentual frente a 2007 na esteira da maior produção e do aumento dos preços do petróleo. Já a maior perda foi a de São Paulo.
Dentre as capitais, as que menos contribuíram para o PIB do país, em 2011, foram Macapá (AP), Boa Vista (RR), Rio Branco (RO) e Palmas (TO), todas com participação de 0,1 ponto percentual no PIB do país.
DISTRIBUIÇÃO
Para Sheila Zani, gerente da pesquisa do IBGE, há uma "grande concentração" do PIB do país e uma distribuição irregular ao longo do território das cidades com as menores economias municipais, mais presentes no Nordeste, com destaque para Piauí e Paraíba.
No caso da concentração, a técnica cita o fato de 1% das cidades brasileiras gerarem quase 50% do PIB.
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