Oferta menor de dólares pelo BC dará mais estabilidade à moeda, dizem operadores
Com avaliação positiva sobre a decisão do Banco Central brasileiro de diminuir a oferta fixa de dólares no mercado doméstico de US$ 3 bilhões para US$ 1 bilhão por semana, operadores acreditam que a moeda americana deve se manter perto do atual patamar, em R$ 2,35, no curto prazo.
O anúncio, feito na noite de ontem, informa que o novo programa começa a valer no dia 2 de janeiro e vai vigorar pelo menos até 30 de junho. A medida foi adotada logo após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, ter comunicado o início da retirada em seu estímulo à economia daquele país.
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A definição de ambos os cenários, nos EUA e no Brasil, dá mais previsibilidade para o mercado sobre as intenções das autoridades monetárias, o que abre espaço para a maior estabilidade do câmbio pelo menos no primeiro mês do próximo ano, segundo operadores.
Às 13h06 (horário de Brasília), o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,64% em relação ao real, cotado em R$ 2,358 na venda.
"O Banco Central brasileiro sentiu que a reação positiva à medida do Fed abriu uma brecha para que ele pudesse ajustar seu programa de intervenções no câmbio. Se o Fed injetará menos dólar nos EUA, é natural que o BC brasileiro também faça o mesmo", diz Marcos Trabbold, operador da B&T Corretora de Câmbio.
A interpretação foi de que a redução dos estímulos nos EUA será progressiva e que os juros daquele país não deverão subir até 2015, o que diminui o risco de uma disparada do dólar no Brasil em razão de uma eventual fuga de capitais para os EUA, na esteira da recuperação da economia americana, justificando a medida do BC brasileiro.
"O presidente do BC [Alexandre Tombini] e o ministro Guido Mantega [Fazenda] já tinham sinalizado que o programa de intervenções diárias no câmbio poderia sofrer ajustes em 2014. Por isso, não houve surpresa com a decisão", diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. "Na minha avaliação, teria sido mais prudente manter o programa como está, pelo menos por ora", acrescenta.
O que alivia a preocupação com a possibilidade de a menor oferta de dólares no mercado, segundo os especialistas, é o fato de estarmos em pleno aumento dos juros no Brasil, enquanto a perspectiva para os EUA é de que os juros não subam até 2015.
Isso porque juros mais elevados tendem a atrair mais investimentos de estrangeiros ao país e a expectativa de alta nos juros dos EUA apenas em 2015 retarda o retorno à economia americana de aplicações que estão aqui.
PRESSÃO INTERNA
Para 2014, no entanto, a avaliação dos operadores continua de pressão para cima na cotação do dólar. Além da influência do cenário externo, também pesa nesta análise a deterioração das contas públicas brasileiras e o descontentamento com o governo Dilma Rousseff.
"Temos apresentado um desempenho horrível das contas externas e ao mesmo tempo representantes do governo seguem afirmando que está tudo bem. Além disso, a inflação está elevada e a economia, fraca. Tudo isso joga contra o câmbio", diz Trabbold.
Dados divulgados ontem mostraram que o Brasil registrou, em novembro, deficit de US$ 5,145 bilhões em transações correntes com outros países, superando a previsão do Banco Central para o mês: rombo de US$ 4,4 bilhões. No ano, o saldo negativo chegou a US$ 72,693 bilhões.
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