Comércio paulista está pessimista com Natal, diz associação
O comércio de vestuário e eletroeletrônicos está mais pessimista com as vendas de Natal neste ano e espera desempenho 3% inferior ao do resultado do ano passado.
Sete em cada dez lojas informam que já concedem descontos especiais para incrementar o caixa e metade deles considera que seu estoque está inadequado para o período –28% para acima do desejado e 22% para abaixo.
A queda de confiança do consumidor e as incertezas na economia, que afetam os investimentos dos empresários, são as principais explicações para o desânimo do comércio, segundo avalia Fábio Pina, assessor econômico da Fecomercio SP (federação do comércio paulista).
A federação constatou esses resultados em sondagem feita com 130 comerciantes entre a segunda-feira (16) e a quarta-feira (18) desta semana.
"Tradicionalmente nessas sondagens feitas antes de datas comemorativas, como a do Natal, as respostas tendem a ser mais conservadoras. Mas o comércio de uma forma geral espera crescer menos neste ano do que em 2012", afirma Pina.
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A avaliação é a mesma na Associação Comercial de São Paulo. "Os juros estão mais altos, e o orçamento das famílias, mais comprometido com as dívidas", diz o economista Marcel Solimeo, da associação. "O crescimento do comércio será metade do que foi em 2012, quando avançou entre 7% e 8% sobre 2011."
A CNC (Confederação Nacional do Comércio) também informou na semana passada que as vendas tendem a fechar 2013 no mais baixo patamar dos últimos dez anos. Para o mês de dezembro, a Fecomercio mantém a previsão de aumento de vendas de 2,4% na capital e de 3,3% no Estado de São Paulo.
Sem verba no caixa, seis em cada dez lojistas também informaram na sondagem que não pretendem fazer ações promocionais (61%) ou publicitárias (78%) para aumentar as vendas. Outro sinal de pessimismo é que 71% dos lojistas também dizem não ter contratado empregados temporários para o período do Natal. Entre os que admitiram, a maior parte informa ter contratado um ou dois funcionários.
CONTRAMÃO
Na contramão da sondagem com os lojistas paulistas, a Alshop (Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping) prevê expansão de 5% das vendas neste Natal em relação ao ano anterior.
No ano passado, os lojistas de shopping afirmam ter crescido 8% sobre 2011.
Para Luis Augusto Ildefonso, diretor de relações institucionais da Alshop, a inflação e a alta do dólar, que encarece o custo de produtos importados, atrapalharam o desempenho do varejo.
"O aumento nos salários ocorreu em menor proporção neste ano, reduzindo a propensão dos consumidores ao gasto. Se as vendas crescerem 5%, os lojistas ficarão satisfeitos", diz o diretor.
Para compensar um eventual desempenho ruim neste ano, é provável que as lojas de shopping intensifiquem as ações promocionais após o Natal, os chamados saldões.
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